Sexta, 26 Abril 2024

Projeto de Coser com Hartung prejudicou campanha do PT no Estado

Projeto de Coser com Hartung prejudicou campanha do PT no Estado

O PT disputa 15 prefeituras na eleição deste ano, mas dificilmente conseguirá repetir o desempenho da disputa de 2008, quando saiu do pleito com seis prefeituras, quatro delas muito importantes. O grande vencedor daquele ano foi o prefeito João Coser, reeleito na capital capixaba, e com densidade para influir no cenário político do Estado. 

 
Mas as escolhas de Coser já naquele momento o prenderam a um processo de conquista de território que ele não conseguiu enxergar e que acabou por prejudicar não só o prefeito, como também o partido dele no Estado. 
 
Ao aceitar a indicação de Tião Barbosa (PMDB) como seu vice, ele colocou dentro da prefeitura um emissário do ex-governador Paulo Hartung (PMDB). A ideia era fortalecer a aliança com o então governador para que Coser pudesse realizar o projeto de seu grupo de chegar ao governo do Estado. Um projeto que poderia ser alcançado se o PT assumisse a condição de oposição ao palácio, já que era o único partido em condições de fazê-lo
 
Mas esse projeto foi impedido pelo ingresso na base governista, sobretudo depois da ascensão de Cláudio Vereza à Presidência da Assembleia, ainda em 2003, e do acordo que colocou o partido na equipe de governo de Hartung. 
 
Com Tião Barbosa na prefeitura, Coser entrava na chamada fila sucessória e, pelo acordo, poderia chegar ao governo do Estado em 2014, quando Ricardo Ferraço (PMDB), candidato palaciano até então, deixaria o governo após quatro anos de mandato. 
 
Com a reviravolta de abril de 2010, porém, a fila foi desfeita e o grupo Hartung começou a preparar um processo de retomada do poder, que começaria pela tomada da prefeitura de Vitória, em 2012. 
 
Coser agora já preso ao esquema de Hartung e acuado da imprensa corporativa e pelas sucessões de denúncias, se viu pressionado a ir contra seu partido. Ao mesmo tempo em que se fortalecia a ideia de que Hartung seria candidato na Capital, se desidratava a imagem de Iriny Lopes, candidata do partido à sucessão de Coser. 
 
As articulações do PT, não só em Vitória, como nos demais municípios em que o partido tinha interesse, se estagnaram diante da incerteza do cenário na Capital e o PT perdeu tempo e densidade eleitoral. Para os meios políticos, se não fossem os erros de percurso do partido, Iriny chegaria para a disputa com uma musculatura muito maior. Hoje, para tentar chegar ao segundo turno contra Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB), ela aposta na agenda nacional e tenta se afastar da imagem do prefeito, que a essa altura já não agrega tanto para o seu palanque. 

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