As negociações entre o PT e o PSB, bastante avançadas até o início desta semana, sofreram um revés na noite dessa quarta-feira (18), com a decisão da direção nacional de descartar aliança formal com o PT ou com o PSDB. Com o fim das articulações, a candidatura de Renato Casagrande ao governo perde um reforço importante.
Em reunião em Brasília com o presidente do PDT, Carlos Luppi, da qual participou Casagrande, o presidente do PSB, Carlos Siqueira, comunicou a decisão e sinalizou mais duas opções, a serem analisadas até julho: aliança com o PDT ou seguir isolado nas eleições de outubro.
Casagrande sinaliza interesse na coligação com o PT no Espírito Santo, mas ocorre que seu grupo é minoritário na direção nacional do PSB, apesar de ele ocupar a Presidência do Fundação João Mangabeira, braço de articulação política do partido.
A articulação entre as legendas envolve diretamente a campanha de Renato Casagrande e pode colocar em situação difícil o presidente do PDT no Estado, deputado federal Sérgio Vidigal, visto como um dos nomes cotados para compor como vice a chapa de eleição do governador Paulo Hartung.
A aproximação entre Siqueira e Luppi começou a se intensificar depois da desistência do ex-ministro Joaquim Barbosa da disputa à Presidência da República. O empecilho a Vidigal é que o PSB tem o ex-governador Renato Casagrande como candidato o governo do Estado, principal oposição ao governador Hartung nas eleições deste ano.
Caso se confirme essa aliança em nível nacional entre PSB e PDT, o diretório capixaba, liderado pelo deputado federal, fica na contramão do projeto nacional.
Desde março, o PSB vem se reaproximando de suas origens de centro-esquerda. Favorável ao impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, rompeu com o presidente Michel Temer e abriu conversas com vários partidos, como o PT e o PDT.
O presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, se reuniu com a senadora Gleisi Hoffman, do PT, na terça-feira (15), e com Carlos Luppi (PDT) na quarta (16), em Brasília. Ele afirmou que as duas siglas que polarizaram as eleições nos últimos 24 anos, PT e PSDB, estão fora de cogitação.