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PSDB e Podemos alinham início oficial do processo de fusão partidária

No Estado, tucano Mazinho dos Anjos quer se manter na base do governador

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Lucas S.Costa/Ales

Um “novela política” parece se encaminhar para a reta final. A Nacional do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) autorizou por unanimidade, em reunião realizada nesta terça-feira (29), o início oficial do processo de fusão partidária com o Podemos, após uma série de idas e vindas nas negociações dos últimos meses. A sigla promete ampliar as consultas às demais instâncias internas a partir de agora, e uma convenção nacional será convocada para 5 de junho, de modo a discutir os pormenores, como mudanças estatutárias e mudanças no nome.

Outrora uma sigla poderosa, a ponto de ocupar a Presidência da República, o PSDB está em decadência e corre o risco inclusive de ser extinto, caso seu desempenho não seja suficiente para superar a cláusula de barreira. Ainda assim, uma fração expressiva de militantes tem se voltado contra a possibilidade de fusão com outros partidos, por medo do desaparecimento do legado tucano.

No Espírito Santo, uma das principais lideranças do PSDB, o deputado estadual Mazinho dos Anjos, já afirmou que não se opõe à fusão. “Se for acontecer, não tem o que fazer, não tem como lutar contra essa decisão da Nacional. No meu caso específico, se [o partido que surgir da fusão] for da base do governador Renato Casagrande [PSB], de centro ou centro-direita, que é o como eu me identifico mais como posição política, não vejo problema”, afirmou o deputado, em entrevista para o Século Diário realizada no início de abril.

Com relação à adesão à base governista, a tendência é que não haja problemas. Em um encontro recente de prefeitos do Podemos com o vice-governador Ricardo Ferraço (MDB), a sigla reafirmou o seu apoio ao projeto de sucessão do governador Renato Casagrande (PSB), que tem Ferraço como plano “A” de candidatura.

Atualmente, o PSDB conta no Estado com dois deputados estaduais, três prefeitos e nenhum deputado federal ou senador. O Podemos, por sua vez, tem três deputados estaduais, dois deputados federais, um senador e 11 prefeitos.

Resta saber com quem ficará o comando estadual da nova sigla, chamada provisoriamente de “PSDB + Podemos”. O Podemos, por seu tamanho, tende a ter uma preponderância maior, o que pode beneficiar o deputado federal Gilson Daniel, presidente da sigla no Estado. Desde a desfiliação do presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Santos (União), ocorrida no ano passado, Daniel “reina” sozinho no partido.

Por outro lado, Marcelo Santos não foi o único político que deixou o Podemos nos últimos tempos por causa de desentendimentos com Gilson Daniel. O mesmo aconteceu recentemente com o prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (agora, sem partido), o que pode indicar uma dificuldade de Daniel de se estabelecer como liderança da nova composição.

Além da fusão, há negociações da sigla recém-formada visando uma federação com partidos menores, como o Solidariedade. Atualmente, o PSDB mantém uma federação com o Cidadania, mas que está a prestes a se extinguir.

“Avançaremos na busca de uma alternativa partidária que se coloque no centro democrático, longe dos extremos, e que permita ao país voltar a se desenvolver”, afirmou a Executiva Nacional do PSDB, em nota oficial.

Um outro anúncio político importante foi feito nesta terça-feira: a confirmação da federação entre União Brasil e Progressistas (PP). As negociações se intensificaram nos últimos meses, e o PP já tinha dado o aval para a formação da federação, que se propõe a ser “a maior força partidária do Brasil”, reunindo 109 deputados federais, 14 senadores, cerca de 1,4 mil prefeitos e 12 mil vereadores em todo o país.

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