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Psol capixaba protesta por assassinato de vereadora no Rio de Janeiro

Sob o título “Quem mata uma vereadora no Rio de Janeiro em plena intervenção federal?”, o diretório estadual do Psol divulgou nota de protesto ao assassinato da vereadora Marielle Franco, ocorrido na capital fluminense nessa quarta-feira (14). A nota foi lida na tarde desta quinta-feira (15), em ato público realizado na praça Costa Pereira, Centro de Vitória, como ocorre em várias capitais do País. 
 
A vereadora foi assassinada depois de sair de um evento na Lapa, Centro do Rio. Ele foi metralhada no seu carro, dirigido pelo motorista Anderson Pedro Gomes, que também morreu. 

 

O Psol no Estado afirma que o assassinato de Marielle, a quinta vereadora mais votadas nas eleições de 2016, “é típico das execuções com as quais o Rio, infelizmente, vem se acostumando, e ocorre durante uma intervenção federal, o que desmoraliza o já bastante desmoralizado presidente”.

 

A nota, assinada pelo presidente do Psol capixaba, André Moreira, questiona o fato de o Rio estar sob intervenção federal há mais de um mês e, ainda assim, ocorrerem crimes como esse: “Quem são esses criminosos que agem impunimente na capital de um Estado que se encontra sob intervenção federal há mais de um mês? Seriam criminosos 'comuns', como sugerem alguns que, sem qualquer senso de humanidade, acusam a vítima de ser defensora de bandidos?” 

 

“Seriam membros do crime organizado, que há muito tempo se imiscuíram na máquina pública do RJ? Seria esse grupo contra o qual Marielle e o Psol do RJ, de forma mais geral, se opõem sistematicamente em suas denúncias sobre casos de corrupção e extermínio da juventude negra da periferia?”, questiona ainda o Psol.

 

A terceira pergunta do partido é se os criminosos “seriam os próprios militares, ante o fato de Marielle ter assumido a presidência de uma Comissão para investigar execuções ocorridas já na vigência da intervenção?”
 
Há outro fato digno de nota, segundo o Psol, é que Marielle ousou ultrapassar os limites que a sociedade carioca lhe pretendia impor por ser mulher, negra, nascida na favela da Maré. Marielle era formada em Ciências Sociais pela PUC/Rio, com mestrado em Administração Pública pela UFF. 
 
“Em sua dissertação de mestrado fez crítica ao modelo das UPP’s do Rio, a menina dos olhos do governo Sérgio Cabral. Pode-se dizer que essa foi sua segunda “ousadia”. 
 
Marielle tinha formação superior, “visto como passaporte para mudança de classe social, ela manteve-se fiel à quebrada, sendo uma defensora dos direitos dos moradores das áreas pobres da cidade, utilizando seu mandato para denunciar a violência e a exclusão que ali se operam. Ela participava do 'bonde dos intelectuais da favela”, diz o Psol.
 
Em 2016, Marielle foi eleita vereadora no Rio, tornando-se a quinta mais votada do País e então passou a encarar os agentes da corrupção estatal e do extermínio da juventude negra da periferia, que andam de mão dadas, podendo ser esse o motivo do crime.
 
“A outra hipótese une o governo federal e governo do Rio de Janeiro, que são correligionários e, como sabemos, a intervenção federal foi uma ação entre amigos, com vantagens para ambos os governos envolvidos em denúncias de corrupção que se sobrepõem. Daí vem novamente a pergunta: Marielle estaria incomodando esse negócio comum entre os governos estadual e federal ou entre as organizações criminosas que operam no Rio?” 
 
O Psol pede a atuação de organismos internacionais de proteção dos Direitos Humanos, como as Organização das Nações Unidas (ONU) e Organização dos Estados Americanos (OEA), bem como solicitar a ação específica dos Programas de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos e testemunhas. ‘É preciso urgentemente denunciar ao mundo o que ocorre aqui e com que liberdade se mata neste país especialmente indivíduos que pertencem às minorias: negros e negras, mulheres, indígenas, LGTB’s e jovens pobres’, afirma o presidente do partido.  

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