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PSOL promete fazer oposição a Hartung nas ruas e na Justiça

Após a eleição, o PSOL capixaba se reuniu para analisar o processo eleitoral de 2014. No encontro, que aconteceu em dezembro, ficou definido que o partido fará oposição ao governador Paulo Hartung (PMDB). O partido entende que a vitória de Hartung representa a renovação da aliança com a elite política-empresarial do Estado, deixando mais uma vez de lado os interesses da população pelo atendimento de demandas na área social.
 
Em entrevista a Século Diário, que vai ao ar neste sábado (10), o candidato derrotado ao Senado pelo PSOL nas últimas eleições, André Moreira, mostra como o partido pretende acompanhar os movimentos do governador em seu terceiro mandato. Para explicar a ação de Hartung neste início de governo, Moreira recorre ao 18 Brumário, obra do alemão Karl Marx, sobre o um golpe que levou Napoleão III ao poder na França do século 19. 
 
Na obra, Max mostra que a após a revolução francesa, um novo movimento, travestido de revolução chegou ao poder, mas por meio da farsa. Para Moreira, o discurso de Hartung buscando reunir as forças políticas e da sociedade civil em uma reconstrução do Estado, diante do que ele classificou como “descontrole das contas públicas”, é uma tentativa de recriar o cenário de 2003, quando Hartung chegou ao governo com o discurso de “faxina ética”, em um Estado que estaria dominado pelo crime organizado. 
 
Segundo Moreira, a impossibilidade de encontrar em seu antecessor os elementos para classificá-lo como integrante do crime organizado ou rotulá-lo como corrupto, obrigou Hartung a recriar um  cenário de combate aos efeitos da incapacidade do seu gestor de manter a gestão de “excelência” que ele alega ter deixado. Mas isso seria apenas uma estratégia retórica para garantir sua governabilidade sem que haja comparações com o governo que o antecedeu. 
 
Na entrevista, Moreira fala também sobre como o PSOL pretende se movimentar no campo da oposição, se aproximando ainda mais dos movimentos sociais e utilizando um mecanismo que testou no processo eleitoral: a contestação judicial dos atos do governo, que para ele, ainda que possam não se efetivar nos resultados esperados das ações, chamará a atenção da opinião pública, evitando assim a reconstrução de uma imagem imaculada do governador. 

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