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​PT de Cachoeiro se articula para ter nova presidência e palanque à prefeitura

Ex-prefeito e pré-candidato para 2024, Carlos Casteglione é cotado para assumir como presidente do diretório municipal

Ales

O Partido dos Trabalhadores (PT) de Cachoeiro de Itapemirim, no sul do Estado, realizará, no próximo domingo (8), das 8h às 13h, uma plenária para analisar a conjuntura política do município e definir os novos ocupantes do diretório para o mandato de 2023 a 2025. O evento contará com a presença da deputada federal Jack Rocha e do deputado estadual João Coser.

Ex-prefeito por dois mandatos (2009-2012 e 2013-2016) e pré-candidato à Prefeitura de Cachoeiro em 2024, Carlos Casteglione é o mais cotado para assumir a presidência do diretório, hoje ocupada por Toninho do PT. Atualmente, Casteglione é subsecretário de Estado do Trabalho, Emprego e Geração de Renda, cargo para o qual foi nomeado em janeiro deste ano pelo governador Renato Casagrande (PSB), aliado do atual prefeito, Victor Coelho (PSB).

Uma eventual candidatura do PT à Prefeitura de Cachoeiro no ano que vem não dependerá apenas da própria sigla, e sim da vontade da Federação Brasil da Esperança, a qual compõe junto com Partido Verde (PV) e Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Dentro do próprio PT, outros nomes se colocaram como possíveis postulantes à candidatura para prefeito, como o oficial de justiça Eduardo Paiva e o sindicalista Paulo Poian – apesar de nenhum dos nomes ter sido formalizado junto à direção partidária.

Outra sigla de esquerda, o Partido Socialismo e Liberdade (Psol) também deverá decidir em breve se terá candidatura própria a prefeito no município ou fará composição com outras legendas. Deputada estadual do partido, Camila Valadão estará em Cachoeiro nesta quinta-feira (5) para uma audiência pública da Caravana dos Direitos Humanos, iniciativa da Comissão sobre o tema na Assembleia Legislativa. Durante a visita à cidade, a eleição de 2024 também deverá ser pauta da legenda.

Conjuntura desfavorável

Por ora, Carlos Casteglione surge como o principal pré-candidato do campo progressista à prefeitura do município sul-capixaba em 2024, o que se reforçará caso sua condução à presidência do diretório do PT seja confirmada. Entretanto, desenha-se um cenário difícil em Cachoeiro para a esquerda em geral, numa cidade que deu quase 70% dos votos do segundo turno para presidente em 2022 para Jair Bolsonaro (PL).

Casteglione, em particular, se quiser um terceiro mandato no executivo municipal cachoeirense, terá que apostar em outra virada improvável contra candidatos mais bem cotados. Em 2008, conseguiu ultrapassar Theodorico Ferraço (DEM) na última semana de campanha. Em 2012, venceu a disputa por uma diferença de apenas 3,6 mil votos em relação ao seu principal concorrente, Glauber Coelho (1974-2014), irmão do atual prefeito Victor.

Porém, impopular após oito anos de gestão, o PT acumulou fracassos nas duas eleições municipais seguintes, sem conseguir eleger vereadores e amargando as últimas colocações nas disputas para prefeito. Em 2016, o candidato a prefeito do partido, Braz Barros, teve apenas 2,7 mil votos, ficando na quinta posição. Em 2020, Joana D’Arck Caetano foi a escolhida pelo PT para concorrer ao cargo e recebeu 2,1 mil votos, alcançando a sétima colocação.

O próprio Casteglione terá que melhorar seu desempenho eleitoral, uma vez que não conseguiu se eleger como deputado estadual em sua última candidatura, em 2018, quando chegou a 7 mil votos. Outro fator importante é a avaliação popular ao Governo Federal. Foi no auge da popularidade das gestões federais petistas que o atual subsecretário de Estado do Trabalho, Emprego e Geração de Renda se elegeu e se reelegeu prefeito de Cachoeiro

Construção de alianças

A um ano da eleição de 2024, as movimentações de postulantes de outros espectros políticos à candidatura à Prefeitura de Cachoeiro seguem intensas. O vereador Júnior Corrêa (PL), que recebeu 37,7 mil votos para deputado federal em 2022, divulgou, na semana passada, um vídeo em que aparece em Brasília ao lado do ex-presidente Jair Bolsonaro e do senador Magno Malta (PL), indicando investimento na estratégia de se vender como o “candidato de Bolsonaro”.

Já os deputados estaduais Allan Ferreira (Podemos) e Dr. Bruno Resende (União) e o secretário de Cidadania, Direitos Humanos e Trabalho de Vitória, Diego Libardi (Republicanos), continuam aparecendo juntos em eventos pela cidade. Ferreira, Resende e Libardi prometem que apenas o mais bem colocado entre os três encabeçará uma chapa à prefeitura, com poucas chances de que algum deles aceite ser vice.

Entre possíveis candidatos ligados ao prefeito Victor Coelho, a secretária municipal de Obras, Lorena Vasques, é quem tem feito recentemente mais movimentos para se viabilizar. Nas últimas semanas, foi possível ver postagens patrocinadas nas redes sociais com vídeos de Lorena em eventos oficiais da prefeitura.

Outros nomes de possíveis candidatos incluem a secretária municipal de Desenvolvimento Social, Márcia Bezerra, o vice-prefeito e secretário municipal de Segurança e Trânsito, Coronel Ruy Guedes (Podemos), e o presidente da Câmara de Cachoeiro, Brás Zagotto (Podemos).

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