Com a ida do presidente do PT João Coser para a Secretaria de Desenvolvimento Urbano, o partido deve realizar uma nova eleição interna para escolher um substituto para o ex-prefeito de Vitória. Apesar de o vice-presidente ser o deputado estadual eleito José Carlos Nunes, o nome de consenso no partido, hoje, é o do deputado Genivaldo Lievore.
Embora haja dentro do partido uma divisão muito forte entre os que apoiam a decisão da cúpula petista em aceitar um espaço no governo Paulo Hartung e os que são contrários, já que Hartung foi eleito no palanque de Aécio Neves (PSDB) e fez muitas críticas à presidente Dilma, não haveria problemas em escolher Lievore como novo presidente do partido.
A legislação proíbe que ocupantes de cargos no Executivo comandem partidos políticos. Coser foi eleito em 2013 no Processo de Eleição Direta (PED) e deixa o partido para assumir a secretaria que ele mesmo negociou com Hartung. Na época de sua eleição, as críticas eram de que o petista queria tomar o controle do partido para poder negociar o caminho do PT na eleição ao lado de Hartung.
O PT disputou a eleição sozinho, mas para os meios políticos a construção do palanque ajudou Hartung no embate com Renato Casagrande (PSB). Além disso, discutia-se a existência de uma aliança clandestina entre Hartung, então candidato ao governo, e João Coser, que concorria ao Senado.
A nova eleição será necessária porque a dinâmica no PT é diferente das outras siglas, em que a vaga é ocupada automaticamente pelo vice, como aconteceu no PSDB, por exemplo. Com a ida do presidente César Colnago para o governo, o vice-presidente Jarbas Assis assume automaticamente o cargo.
No PT, a substituição pelo vice só acontece se o afastamento foi inferior a um mês, no caso de ocupação de cargos no Executivo é vedada a permanência à frente de partido pelos agentes políticos. Até o fim do mês o diretório deve se reunir para escolher o substituto de Coser.