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Regimento é emendado duas vezes para beneficiar Ferraço

Nesta legislatura (2011-2015) os deputados estaduais mexeram oito vezes no Regimento Interno da Assembleia Legislativa. Mas o que chama a atenção dos meios políticos é que por duas vezes, as emendas favoreceram o atual presidente Theodorico Ferraço (DEM). 
 
A primeira aconteceu em dezembro de 2012.  Os parlamentares aprovaram uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que permite a reeleição de membro da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa, caso ele não tenha sido eleito originalmente para o mesmo cargo na eleição anterior. 
 
Na ocasião, a mudança, puxada pelo deputado estadual José Carlos Elias (PTB),  atendeu a uma movimentação de Theodorico Ferraço para permanecer à frente da Assembleia, depois que o presidente eleito em 2011, Rodrigo Chamoun (PSB), deixou o parlamento para assumir a vaga de conselheiro no Tribunal de Contas, sendo substituído pelo então vice-presidente Ferraço. 
 
O demista assumiu a presidência com um mandato tampão, mas como uma resolução da Casa de 2003 impedia a reeleição para a presidência da Mesa em qualquer hipótese, a emenda permitiu a disputa do deputado. Naquele momento, o então governador Renato Casagrande(PSB) tinha outra ideia, queria que o deputado Atayde Armani (DEM) tivesse a oportunidade de comandar a Casa, mas Ferraço articulou uma manobra que impediu essa movimentação palaciana. 
 
A arma de Ferraço na ocasião era o questionamento dos deputados ao Fundo Cidades, que tirava das mãos dos parlamentares o papel de interlocutores dos municípios com o governo do Estado na aquisição de recursos. 
 
Em dezembro de 2014, os deputados aprovaram outra Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que permitiu que Ferraço pudesse disputar a eleição para a presidência da Assembleia este ano, uma vez que a PEC anterior permitia a reeleição apenas em caso de mandato tampão e não entre uma legislatura e outra. Chama a atenção o fato de a proposta ter sido proposta pelos deputados que formaram o blocão que defendia a independência da Assembleia, inclusive, o deputado Josias Da Vitória (PDT), que era apontado como o canditado do bloco.  
 
A mudança permite a reeleição de membros da Mesa Diretora para o mesmo cargo numa eleição subsequente. Mas a reeleição continua proibida dentro da mesma legislatura. O que foi permitido é a reeleição para uma nova legislatura. 
 
Essa mudança também atendeu a uma movimentação dos deputados que viram a possibilidade de o governador Paulo Hartung tentar emplacar o nome de seu aliado, o ex-prefeito de Linhares e deputado eleito, Guerino Zanon (PMDB), na presidência da Casa. Como o peemedebista tem restrições do plenário, a permissão da reeleição permitiu que os deputados tivessem um nome em condições de defender o legislativo diante do rolo compressor do Executivo. 
 
Mas a manobra acabou se mostrando perigosa para o plenário. Ferraço passou a articular a eleição da Mesa e conseguiu se tornar candidato único com a benção do Palácio Anchieta. Enquanto discute a  acomodação da mulher Norma Ayub (DEM) em uma vaga na Câmara dos Deputados e prepara o terreno para sua disputa a prefeito de Cachoeiro de Itapemirim, em 2016, garante sua reeleição para a prresidencia da Assembleia, a ser confirmada no próximo dia 2 de fevereiro, graças à manobra de mexda no regimento da Assembleia.

Com essas manobras, Ferraço vai cumprir seu terceiro mandato à frente da Assembleia Legislativa. Para os dpeutados, a personalidade forte do presidente não será revertida em musuculatura para o legislativo, já que o demista utiliza o cargo para defender seus interesses próprios em detrimento do fortalecimento da Assembleia.

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