A apresentação do relatório final da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Empenhos que seria nesta quarta-feira (4) foi remarcada para a próxima quarta-feira (11). O relator da CPI, deputado Euclério Sampaio (PDT) adiou novamente a apresentação do relatório, segundo ele, em entendimento com os outros membros da CPI, para que ele tenha mais tempo de finalizar o documento.
A CPI foi criada em abril do ano passado para investigar gastos realizados sem empenho (reserva orçamentária) na área da saúde durante a gestão do então governador Renato Casagrande (PSB). Mas segundo interlocutores do socialista, a apuração tem objetivo político.
A ideia seria a de criar elementos para rejeitar as contas do ex-governador, o que poderia torná-lo inelegível para 2018. A presença na comissão do líder do governo, Gildevan Fernandes (PMDB), que preside a CPI, e do vice-líder do governo, Erick Musso (PMDB), que entrou recentemente no colegiado, reforçou essa ideia.
O grupo de Casagrande também tentou equilibrar o jogo, indicando um deputado socialista para a vaga aberta com a modificação do plenário depois que o deputado Rodrigo Coelho deixou a Assembleia para assumir a secretaria de Assistência Social, abrindo vaga no colegiado. Mas não conseguiu e o PSB tem apenas um representante na Comissão, o deputado Freitas.
Neste sentido, a expectativa nos bastidores é de que o relatório seja desfavorável ao socialista e que seja aprovado pela maioria dos membros da comissão. Uma vez aprovado, o relatório pode ser encaminhado ao Ministério Público Estadual (MPES) ou destinado ao Executivo Estadual para adoção de providências.
Enquanto isso, as contas de Casagrande referentes ao exercício de 2014 continuam em um impasse no Tribunal de Contas do Estado (TCES), que aprovou os documentos enviados pelo governo passado, mas houve recursos do Ministério Público de Contas (MPC) para tentar embargar a decisão dos conselheiros.
