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Representação política das mulheres zera na Câmara e diminui na Assembleia

Na contramão do cenário nacional, a bancada feminina capixaba perdeu representação nas eleições 2014. Na Câmara dos Deputados as mulheres passaram de 45 deputadas eleitas em 2010 para 51 este ano. O Estado, que contava com quatro parlamentares na bancada capixaba, não terá nenhuma representante feminina a partir de 2015. Já a Assembleia Legislativa, que têm hoje cinco deputadas, perde uma para a próxima legislatura. 
 
Essa perda de representação na política é ainda mais significativa diante dos números de violência contra a mulher. No Espírito Santo, recordista em feminicídios, são assassinadas 9,4 mulheres por grupo de 100 mil, segundo o Mapa da Violência de 2010. 
 
Samira Sanches, militante da Marcha Mundial das Mulheres no Espírito Santo, se diz muito preocupada com essa perda de representação na Câmara e Assembleia. “Esse discurso de que as mulheres venceram o machismo cai por terra. O machismo no Estado se expressa pela violência e também pela baixa representatividade em cargos de direção na política”, analisa Samira.
 
A legislação eleitoral brasileira prevê que 30% das candidaturas de cada partido sejam ocupadas por mulheres, mas, na prática, as mulheres continuam tendo dificuldade de ocupar os cargos políticos. Sanches adverte que muitas são candidatas somente para o preenchimento da cota partidária, mas que a força política e os investimentos dos partidos estão, na maior parte das vezes, direcionados para os homens. “Mais do que cotas para as candidatas, queremos mulheres eleitas e que levantem a bandeira feminista”, destacou a militante.
 
O debate dessas bandeiras dificilmente entram na pauta federal ou estadual. Com a exceção da deputada federal Iriny Lopes (PT) e a senadora Ana Rita (PT), a bancada feminina capixaba não tem histórico de luta pelos direitos da mulher. No próximo ano, a promoção da igualdade de gênero ficará ainda mais difícil com a redução do número de parlamentares mulheres.
 
Nenhuma parlamentar representará as mulheres na Câmara dos Deputados nesta nova legislatura. Iriny Lopes, Lauriete (PSC) e Sueli Vidigal (PDT) se despedem de Brasília no final do ano — a primeira porque perdeu a eleição, e as outras duas porque simplesmente não quiseram disputar um novo mandato. 
 
A deputada federal Rose de Freitas (PMDB), em compensação, foi a primeira mulher eleita senadora pelo Espírito Santo, e representará as mulheres na vaga que hoje é ocupada por Ana Rita, que entrou como suplente do então senador Renato Casagrande (PSB). 
 
Entre as deputadas estaduais, somente Luzia Toledo (PMBD) e Janete de Sá (PMN) conquistaram a reeleição. Aparecida Denadai (PDT), Lúcia Dornelas (PT) e Solange Lube (PMDB) ficaram pelo caminho. As novidades são Raquel Lessa e Eliana Dadalto, mas não é esperado que elas levem o debate das causas femininas para dentro do plenário.

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