Quinta, 02 Mai 2024

Ricardo Ferraço busca apoio para sair do isolamento em 2014

Ricardo Ferraço busca apoio para sair do isolamento em 2014
Para tentar garantir sua candidatura ao governo do Estado no próximo ano, o senador Ricardo Ferraço (PMDB) tem uma série de dificuldades internas e externas ao partido, que vão além da disposição dele em ser candidato e do aval da Executiva Nacional do PMDB em ter palanque próprio no Estado.
 
O peemedebista iniciou o processo de consolidação de sua candidatura de forma atrapalhada. Seguindo a prática adotada pelo seu grupo desde a entrada do ex-governador Paulo Hartung no partido, Ricardo tentou colocar a candidatura de forma vertical, após um encontro em Brasília com o vice-presidente Michel Temer e o presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO). 
 
Mas enfrentou a primeira dificuldade, diante da negativa da bancada estadual em aceitar decisões de cúpula sem a prévia discussão no partido. O que trouxe à tona a segunda grande dificuldade de Ferraço. Ele precisa convencer a bancada de que tem poder de articulação para construir um arco de alianças forte o suficiente para acomodar as candidaturas proporcionais do partido, dando condição de competitividade aos sete deputados estaduais e aos três federais que almejam a reeleição.
 
Para conseguir esse arco de aliança, Ferraço terá que vencer o isolamento do grupo. O governador Renato Casagrande, eleito em 2010 com o apoio de 16 partido, incluindo o PMDB, tem até o momento a confiança da maior parte das lideranças para fazer as costuras para o próximo ano, ainda mais em um cenário com menos vagas e consequentemente maior necessidade de votos para as pernas proporcionais.
 
Antes da eleição de 2010, Ricardo conseguiu articular sua candidatura ao governo com o apoio das lideranças, mas o cenário era diferente. Ele era vice-governador e candidato palaciano ao governo. Naquele momento, seu principal apoiador, o então governador Paulo Hartung estava à frente do governo, posição que hoje não tem. 
 
Para os meios políticos, a capacidade de agregação de Hartung não é mais a mesma que em 2010 e desembarcar do palanque palaciano hoje, saindo do grupo do governador Renato Casagrande pode não ser a melhor opção para os partidos que têm na disputa proporcional seu grande objetivo em 2014.
 
Outra dificuldade de Ferraço em consolidar sua candidatura está no cenário nacional. Ele precisa convencer a presidente Dilma Rousseff e a cúpula do PT nacional de sua condição de erguer um palanque para a petista no Estado. Depois da atuação de Paulo Hartung nas disputas de Lula e de Dilma, respectivamente em 2006 e 2010, essa argumentação fica sem sustentação. Além disso, a atuação de Ricardo Ferraço no episódio da fuga do senador boliviano Roger Molina para o Brasil não agradou em nada a presidente Dilma. 
 
Caso consiga vencer essas dificuldades, Ricardo tem ainda outro obstáculo a vencer: o eleitorado. Ricardo foi eleito em 2010, em dupla com o senador Magno Malta (PR), que fez campanha para ele nas classes mais pobres. O senador peemedebista tem penetração no eleitorado da Grande Vitória, mas no interior precisa de fortalecimento da imagem. 
 
Atuando no Senado, que o deixa ainda mais distante do eleitorado pode sair em desvantagem. Já o governador Renato Casagrande, que tem investido em fortalecimento dos prefeitos, sobretudo do interior, se torna um adversário forte a ser batido. Do outro lado, pode ter de enfrentar o senador Magno Malta, com um discurso sem amarras ao governo e com popularidade farta.
 
O PMDB vai apostar no discurso da excelência, que vem sendo lapidado pelo ex-governador Paulo Hartung em palestras e encontros pelo Estado. Mas desvincular o governo de continuidade de Casagrande às ações do governo passado, mostrando que o grupo foi melhor, pode ser uma estratégia de risco. Enfim, antes de colocar o nome na disputa, Ricardo Ferraço terá que aparar arestas no PMDB, com a classe política capixaba e com os aliados no campo nacional.

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