Sexta, 26 Abril 2024

Ricardo Ferraço tem perfil que atende a interesse de empresários

 

Ao assumir sua cadeira no Senado, o peemedebista Ricardo Ferraço acenava para uma atuação muito próxima da que foi adotada nos quatro anos de mandato do governador Renato Casagrande, quando esteve na Casa. O socialista sempre embarcava em bandeiras de repercussão e acabou se tornando referência para a imprensa nacional.
 
No início do mandato, ao participar da comissão para a discussão do Pacto Federativo com o Supremo Tribunal Federal (STF) e tomar frente da movimentação para redução de gastos, Ferraço dava indícios de que seguiria um caminho voltado para o fortalecimento em nível nacional, que traria, mais tarde, repercussão estadual. Mas parece ter mudado um pouco de direção, assumindo um papel que fora ocupado por mais de duas décadas pelo ex-senador Gerson Camata (PMDB). A partir da montagem de seu gabinete, com a presença do próprio Camata e da ex-diretora do Instituto Jones dos Santos Neves Ana Paula Vescovi, foi possível identificar a aproximação do senador do setor empresarial do Estado.
 
Um perfil que atende, inclusive, ao setor de onde vêm seus suplentes Sérgio Rogério de Castro e Jose Antônio Guidoni. Em tempos de eleição com muito pouco ou quase nenhum recurso financeiro pingando nas campanhas, a ligação de Ferraço com o ramo empresarial o transformou em objeto de desejo da maioria dos candidatos a prefeito este ano. Ter Ricardo Ferraço no palanque é tentar restabelecer uma lacuna que antes era coberta por Camata. Quando se fala no ramo empresarial do qual Camata tinha e ainda tem influência, fala-se no leque de empresas ligadas ao Fundo de Desenvolvimento das Atividades Portuárias (Fundap). Foi com os fundapeanos que muitos candidatos conseguiram, com a interlocução de Camata, o financiamento de campanha.
 
Com o fim do Fundap, o desafio de Ferraço é superar Camata, ampliando o leque de empresas próximas ao seu gabinete. Um mecanismo diferente do que era adotado com o ex-governador Paulo Hartung (PMDB), que buscava recursos para os aliados com as transnacionais. A receita de Camata é caseira e o sustentou só no Senado por um quarto de século. Mas ao que parece, a intenção de Ricardo é não permanecer em Brasília por muito tempo.

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