Domingo, 05 Mai 2024

Se não reverter restrição à Rede no Senado, Marina Silva vai ao Supremo

Se não reverter restrição à Rede no Senado, Marina Silva vai ao Supremo

A presidenciável Marina Silva, de passagem pelo Estado, falou à imprensa na tarde desta sexta-feira (19), na Ufes. O projeto aprovado na Câmara dos Deputados na última quarta-feira (17), que retira o tempo de TV e o fundo partidário de novos partidos, foi o principal assunto da conversa com os jornalistas. Para Marina, a matéria aprovada em regime de urgência fere o princípio da impessoalidade.



Marina disse não entender que tipo de interesse nacional pode haver em tentar barrar o surgimento de um partido que pretende defender a  bandeira da sustentabilidade. Ela acredita, porém, que não se trata de um assunto encerrado. Depois de 16 anos no Senado, a ex-senadora afirmou que já manteve contato com alguns antigos colegas senadores e acredita em uma reversão da matéria.



Caso não aconteça, ela afirma que haverá ainda a possibilidade de questionar a constitucionalidade da matéria no Supremo Tribunal Federal (STF), que garantiu o fundo partidário e o tempo de TV ao PSD do ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, em outubro de 2011, ocasião da criação do partido.



“A nossa posição é de viabilizar, sim, a Rede. Não vamos entrar nesse campo de outras alternativas para a disputa até porque para circular ideias hoje existem outros meio, mas é claro que acesso à mídia é fundamental”, afirmou.



Enquanto aguarda um posicionamento sobre o assunto, a Rede continua o trabalho da coleta de 550 mil assinaturas para a formalização do partido no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Apesar do capital político invejável (recebeu mais de 20 milhões de votos nas eleições de 2010), Marina afirma que não pretende antecipar o debate eleitoral e que todos os esforços da Rede estão votados para essa movimentação. Ela diz ainda não acreditar que a movimentação na Câmara seja orquestrada pela presidente Dilma Rousseff, mas colocou a manobra na cota do governo e seus aliados.



Sobre a aquisição de 10% da primeira parcial de assinaturas no Espírito Santo, Marina Silva credita a empatia do capixaba pelas ideias da rede ao que chamou de "trauma na questão ambiental" e ao desgaste da polarização entre PT e PSDB.



“Aqui é um estado em que as pessoas têm um trauma com essa questão ambiental por conta do desenvolvimento e as pessoas estão buscando essas alternativas para se ter um Estado próspero que utiliza as riquezas naturais sem destruir o meio ambiente. As pessoas aprendem com a vivência com os danos ambientais e nós entendemos que é perfeitamente possível conciliar proteção ambiental e desenvolvimento na mesma equação”, disse.



Vencedora da disputa em Vitória e Vila Velha nas eleições de 2010 para presidente, Marina afirma que sua vitória tem relação com uma mudança no comportamento do eleitorado. “As pessoas querem sair do terreno da opção para o terreno da escolha”. Para ela, a dicotomia PT e PSDB transformou os eleitores em expectadores da disputa de poder pelo poder.



Quanto à principal bandeira do partido, a sustentabilidade, Marina defende que a exploração das riquezas naturais não deve ser encarada como uma atividade eterna. É preciso que se respeite o meio ambiente e caso não haja viabilidade, que não se faça. É necessário também que se invista em pesquisa e desenvolvimento para se sair da dependência da exploração.

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