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Secretário-geral do PSB, Casagrande segue distante da crise da nacional do partido

O jornal O Globo, desta segunda-feira (24), aponta a crise interna no PSB nacional com o risco de o partido vir a se esfacelar, com a divisão dos grupos e a possibilidade de debandada da bancada socialista na Câmara em uma disputa pelos descontentes da sigla entre o DEM, do presidente da Casa, Rodrigo Maia, e o PMDB do presidente Michel Temer.
 
O que chama atenção nesse embate na sigla é o fato de que o secretário-geral do partido e presidente da Fundação João Mangabeira, o ex-governador Renato Casagrande, estar distante dessa discussão. Focado em suas caminhadas pelo Estado para discutir a conjuntura política nacional e do Espírito Santo, o ex-governador não tem se envolvido na discussão nacional. As afirmações sobre o caso até aqui ficaram por conta do presidente da estadual da legenda, o deputado federal Paulo Foletto, que garante não fazer parte do grupo prestes a desembarcar do partido.
 
Segundo o Globo, dividida em quatro correntes, a sigla busca um caminho para a disputa do próximo ano. Uma situação que só deve ficar definida em outubro, quando acontecerá a escolha do novo presidente nacional do partido. Carlos Siqueira, que comanda nacionalmente o partido, não tem conseguido apagar os constantes incêndios, sobretudo com a bancada socialista.
 
A primeira corrente é a que está envolvida nessa divisão entre DEM e PMDB, mas há dentro do partido uma divisão principal entre os que buscam um alinhamento ao PSDB, capitaneada pelo candidato a vice-presidente em 2014, Márcio França; e o grupo que defende a manutenção da aliança com o PT, que foi bem produtiva para o partido, até 2012. Esse grupo tem como principal representante o governador da Paraíba, Ricardo Coutinho.
 
Há ainda um grupo, ligado ao vice-presidente do partido Beto Albuquerque, que defende uma candidatura própria à Presidência da República, em 2018. Casagrande não aparece nessa discussão. Mas para os meios políticos do Estado, ele deveria. O ex-governador é a grande liderança do partido no Estado e tem um espaço importante na nacional. Assumir o protagonismo em um momento de crise poderia aumentar o prestígio de Casagrande e mostrar controle político da sigla.
 
Até porque a desidratação do PSB pode ser bem prejudicial ao projeto de Casagrande no Estado. O socialista tem dado sinais de que pretende disputar o governo em 2018. Se a bancada do PSB diminuir de 36 para 26 deputados federais, o partido terá também uma redução no fundo partidário, que vai irrigar as campanhas eleitorais no País no próximo ano — já que desde 2016 o País vetou o financiamento privado para eleições. Isso pode significar uma eleição bem modesta para o ex-governador.
 
Se ele realmente enfrentar o governador Paulo Hartung, que está em uma das maiores legendas do País e podendo migrar para o PSDB, que também é grande ou o DEM, que está se fortalecendo, sairá em desvantagem no quesito recurso de campanha.

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