Desde o processo eleitoral, as principais figuras da corrente petista Articulação de Esquerda no Estado manifestam insatisfação com a aproximação do partido com o governador eleito Paulo Hartung (PMDB). Minoria na sigla, a corrente não conseguiu evitar que o pragmatismo da cúpula petista, liderada pelo ex-prefeito de Vitória, João Coser, consolidasse a aliança, acomodando aliados no governo de Hartung.
Se hoje a situação da corrente é de minoria, a partir do próximo ano ficará ainda mais complicada. Isso porque, as lideranças da corrente perderam as eleições. Hoje a Articulação é o grupo com mais concentra poder, pelos cargos ocupados. Tem uma senadora, Ana Rita; uma deputada federal, Iriny Lopes; e um deputado estadual, Claudio Vereza. Mas este cenário muda em 2015, já que nenhum deles conseguiu êxito na eleição.
Vereza, depois de seis mandatos, não disputou a reeleição para a Assembleia. Sem espaço para disputar a reeleição ao Senado, Ana Rita buscou uma vaga na Assembleia, apoiada por Vereza, mas também não se elegeu. Iriny Lopes é a primeira suplente da coligação para a Câmara dos Deputados, mas se conseguir o espaço será apenas em 2016, quando os deputados da coligação Sérgio Vidigal (PDT) e Helder Salomão (PT) vão disputar as prefeituras de Serra e Cariacica, respectivamente.
Mas, até lá, o espaço estará fechado e o grupo ainda mais desidratado. Outro aliado dos dissidentes da aliança com Paulo Hartung é Perly Cipriano, da corrente lulista Construindo um Novo Brasil (CNB), que também não obteve êxito na eleição. Um aliado dele que pode ganhar espaço, também em 2016, é o suplente de deputado federal Professor Léo, de Cachoeiro de Itapemirim.
O grupo, porém, tem o respeito da Executiva Nacional e é lá que vai buscar enfrentar os rumos que o partido tem tomado na direção de Paulo Hartung, que para os representantes da Articulação e da CNB, contribuíram para o enfraquecimento do PT no Espírito Santo.