Faltando dez dias para a eleição da presidência da Mesa Diretora do Senado, Ricardo Ferraço (PMDB) não bateu ainda o martelo sobre a movimentação do senador Aécio Neves (PSDB-MG) de lançá-lo como candidato da oposição. Na Casa, a movimentação aponta para o favoritismo do atual presidente Renan Calheiro (PMDB-AL).
A coluna de Raquel Ulhôa, no Valor Econômico desta quinta-feira (22), aponta que a movimentação do tucano com Ricardo Ferraço sem uma conversa prévia com os demais partidos foi vista com desconfiança pelo plenário. Isso porque em 2013 o PSDB fez uma movimentação parecida, mas na hora da eleição, não conseguiu os votos prometidos ao grupo para a manutenção da primeira secretaria da mesa.
O grupo que insiste na oposição mira mesmo é no senador catarinense Luiz Henrique, que teria mais musculatura para enfrentar Renan Calheiros, mas o parlamentar é cotado para ser o líder da presidente Dilma Rousseff (PT) no Senado e não estaria disposto a topar uma briga como essa.
O grupo aposta no desgaste de Calheiros com a movimentação em torno da indicação de Nestor Cerveró para direção da Petrobras. A estratégia é envolver Calheiros na Lava Jato, inviabilizando sua candidatura. Mas o presidente do Senado segue com o favoritismo na disputa e não deve ter dificuldade em se reeleger.
Ricardo Ferraço, que começou esse processo em ritmo acelerado, depois que Aécio Neves o procurou para lançá-lo como o possível adversário de Calheiros, pisou no freio e vem mantendo o silêncio sobre o tema.
Câmara
Na Câmara dos Deputados outro capixaba vem se movimentando para buscar uma acomodação na Mesa Diretora. O deputado federal reeleito Carlos Manato (SD) seguiu a declaração de apoio do partido à candidatura de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à presidência e se movimenta com o grupo.
O deputado foi sondado por Hartung para assumir a Secretaria de Estado de Esportes, mas com o corte de 78,4% o cargo não é nada atraente para o parlamentar.
