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Senado mantém impasse sobre a situação de Marcos do Val

Parlamentar capixaba tem sido pressionado a tirar licença para aliviar tensão com STF

Andressa Anholete/Ag.Senado

Uma semana após a veiculação de notícias de um possível acordo para a situação do senador capixaba Marcos do Val (Podemos), prossegue o impasse no Senado Federal. Segundo a colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, o acerto envolveria a revisão das sanções contra ele pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e, em troca, o senador tiraria uma licença médica.

A outra solução seria a suspensão do mandato por seis meses pela própria Mesa Diretora, com base na divulgação feita por Do Val de relatórios sigilosos das Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre o 8 de janeiro, situação que encontraria respaldo no Regimento Interno.

No entanto, Marcos do Val resiste a qualquer cenário. Em pronunciamento nessa quarta-feira (13) no plenário, ele defendeu novamente que as medidas contra ele são ilegais. “As nossas garantias constitucionais foram todas violadas. O precedente está aberto e se esta Casa, o Senado da República, não agir contra essas violações, amanhã poderá ser qualquer um dos 81 Senadores que sofrerá as duras penas da censura e da violação dos direitos humanos impostas pela STF”, afirmou.

As determinações de Moraes, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica, não passaram pelo plenário, como o próprio STF definiu em outro caso semelhante, em 2017. Isso aumenta a tensão entre a extrema direita e o Supremo Tribunal Federal, já elevada com a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Entretanto, Marcos do Val não é unanimidade nem mesmo dentro da extrema direita, e muita gente desconfia até mesmo de sua sanidade mental. Em março, ele chegou a lançar nas redes sociais uma carta em tom de despedida, endereçada a quem “desejava” a sua morte. Depois, acabou apagando a postagem. O temor cresce ao saber que Do Val tem tomado medicação, e teria dito que anda armado, segundo a colunista Malu Gaspar.

A maior parte de seus colegas, portanto, acharia muito melhor que ele desse um tempo. O grande obstáculo a esse acordo é o próprio Do Val. A colunista de O Globo noticiou também que o senador tem dito que “não está doido”, e uma licença médica apenas corroboraria esse argumento.

Diante do “problema Marcos do Val”, a cúpula do Senado, incluindo o presidente Davi Alcolumbre (União), passou a pressionar pela retomada do Conselho de Ética da Casa. O colegiado, bastante condescente com deslizes dos parlamentares, está sem presidente desde o início do ano.

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