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Senado: uma disputa eletrizante, mas que não atraiu o eleitor capixaba

Uma das disputas mais acirradas da eleição é a disputa pela única vaga ao Senado. Três candidatos protagonizaram uma campanha vigorosa pelos votos dos capixabas, mas o eleitor não se empolgou com a campanha. Diante da negativa dos eleitores, o pleito se tornou cada vez mais acirrado e na reta final alguns erros ajudaram a dispor as peças no tabuleiro eleitoral.
 
Diante do desgaste da classe política e da falta de conhecimento da própria função do senador, a disputa registra até as vésperas da eleição um grande número de indecisos.
 
Quem lidera a corrida hoje é a deputada federal Rose de Freitas (PMDB). A parlamentar, que nos últimos 12 anos sofreu com o cerco de seu desafeto político Paulo Hartung (PMDB), agora é seu companheiro de palanque, mas isso não selou uma reconciliação. 
 
Após a convenção partidária do PMDB, Hartung se afastou de Rose e passou a traçar uma campanha clandestina com João Coser (PT). Rose ficou isolada e então recorreu a um expediente que lhe garantiu sobrevivência política nos últimos anos: lideranças políticas do interior.
 
No Congresso Nacional, Rose não é uma campeã de projetos, mas sabe o caminho que leva a “prefeitada” aos recursos federais. Ganhou com isso a lealdade de muitos indutores de votos e nesta eleição foi a vez de cobrar. Temerosos de perder a atuação de Rose em Brasília, os agentes políticos passaram a se movimentar em busca de garantir sua permanência no Congresso. E deu certo. Rose, que começou em último, agora lidera a corrida eleitoral. 
 
Além dos prefeitos, Rose passou em seu programa eleitoral a direcionar suas críticas ao até então líder nas pesquisas, o ex-prefeito de Vitória João Coser (PT). As manchetes de jornais acusando o petista de improbidade administrativa surtiram efeito e ainda respingaram no outro adversário, o ex-prefeito de Vila Velha Neucimar Fraga (PR). Coser caiu , Neucimar estagnou, e Rose cresceu na preferência do capixaba. Agora, até Hartung tenta se aproximar. 
 
Se ela vencer a eleição para o Senado, passará a controlar o PMDB e se torna uma concorrente em potencial ao governo do Estado em 2018, atrapalhando os planos de Hartung. 
 
João Coser 
 
Se o futuro de Rose é promissor, o mesmo não se pode dizer de João Coser. O petista começou bem na campanha e traçou com o ex-prefeito Neucimar Fraga uma campanha de comparação de gestões municipais, que fragilizou sua liderança, já que a disputa para um cargo nacional não combinava com o debate proposto. 
 
Diante do crescimento de Rose, Coser passou a criticar Rose de Freitas. A principal investida era contra o suplente, Luiz Pastore, que é de São Paulo. A ideia de que a vaga não seria do Espírito Santo pegou, mas os petistas erraram a mão ao tentar questionar a religião de Rose de Freitas, a partir de um trecho descontextualizado de uma entrevista à revista Época.
 
A investida não deu certo e os meios políticos projetam um desempenho de Coser abaixo do esperado. Depois de um investimento alto do PT nacional, que precisa aumentar sua bancada no Senado, o futuro de Coser após a eleição, caso não seja eleito, não é nada promissor. Sai desgastado da eleição e com uma insatisfação dentro do partido para contornar.
 
Neucimar Fraga 
 
Para o ex-prefeito de Vila Velha, a disputa ao Senado acabou sendo favorável na reta final. Com o embate duro entre Coser e Rose, ele correu por fora e acabou crescendo nos últimos dias de campanha. Neucimar tem uma estratégia retórica bem interessante e acaba se destacando dos adversários com os disparos de números e dados de sua administração que fortalecem seu discurso em debates. 
 
Para Neucimar, caso não se eleja, haverá o chamado “perder ganhando”. Ele se credencia para a disputa eleitoral de 2016 no município de Vila Velha, onde o prefeito atual Rodney Miranda (DEM) está em viés de baixa. 
 
André Moreira 
 
O candidato do PSOL, André Moreira, se destacou no final da campanha. Ele vinha mantendo a linha do partido, defendendo as bandeiras do PSOL, mas diante da disputa acirrada não encontrava um espaço político que lhe dessem destaque, como conseguiu sua companheira de partido,  Camila Valadão, na disputa ao governo. 
 
Mas foi o protagonista da ação de impugnação da candidatura de Paulo Hartung e denunciou a antecipação de acesso ao processo pelo peemedebista. Destacou que a imagem imaculada do ex-governador havia sido manchada e a partir daquele momento passava a ser visto como um político normal. André Moreira saiu do pleito com a imagem fortalecida e pode ser uma aposta para o futuro. 

Sem espaço

 
Já Rafael furtado, do PSTU, entrou na disputa com a meta ideológica, mas a falta de espaço político e estrutura prejudicaram a ampliação do debate de seus projeto político. 

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