A semana na Assembleia Legislativa promete ser de nova movimentação no plenário da Casa. Desta vez não por discussões internas, mas pela presença do Executivo na Casa. Nesta quarta-feira (4) o governador comparece ao plenário para prestar contas do último quadriênio de 2014, ainda na gestão de Renato Casagrande (PSB), o que promete ser um teste à postura dos deputados em relação ao novo governo.
No ano passado, o plenário da Casa ficou dividido em relação ao julgamento das contas do ex-governador Renato Casagrande, e foi preciso um ajuste de última hora para evitar uma primeira derrota de Hartung na Casa, antes mesmo da posse.
Isso porque, os aliados do ex-governador tinham maioria no plenário para aprovar as contas e o grupo hartunguista teve de fazer manobras de esvaziamento do plenário para evitar a votação. No final um acordo aprovou as contas com ressalvas.
Passados dois meses de gestão, o plenário da Assembleia se modificou e os deputados aderiram à base governista, mas as manobras atribuídas aos aliados do governador Paulo Hartung na Assembleia nos últimos dias teria irritado parte do plenário.
Além disso, a chamada política de austeridade do governo do Estado tem promovido cortes em áreas consideradas prioritárias para a população, o que tem aumentado a pressão sobre os deputados, chamados a se posicionar. Com grande parte dos parlamentares de olho nas eleições municipais ou apoiando prefeitos e lideranças de suas bases ou disputando o pleito, haveria uma preocupação com o desgaste de uma aprovação dos atos do Executivo na imagem da Assembleia.
Todos esses elementos contribuem para aumentar a expectativa em relação à postura dos parlamentares diante do governador na próxima quarta-feira. Alguns sinais de que a harmonia pode ser arranhada já foram dados na prestação de contas da secretária de Fazenda, Ana Paula Vescovi, quando alguns deputados fizeram cobranças, alguns de forma mais amistosas e outros sendo mais incisivos.
A pressão para a convocação do Secretário de Segurança, André Garcia, para explicar os cortes no combustível da frota da Polícia Militar é outro indício de que os parlamentares vão cobrar explicações do governo. Ainda esta semana serão ouvidos o secretário de Saúde, Ricardo Oliveira e de Cultura, João Gualberto.