Município com o maior Produto Interno Bruto (PIB) do Estado, Presidente Kennedy, sul do Estado, passa uma imagem de pobreza, com repetidos atrasos no pagamento dos servidores municipais e denúncias de atos de improbidade administrativa.
Neste final de ano, os servidores públicos não sabem quando irão receber os salários de novembro, o 13º e o mês de dezembro. O de outubro foi pago no dia 28 de novembro, segundo demonstra o contracheque de uma servidora, que prefere não se identificar, com receio de ser perseguida.
Em julho deste ano, o Tribunal de Contas do Estado (TCU) prometeu notificar a prefeita de Presidente Kennedy, Amanda Quinta Rangel (PSDB), após as notícias de atraso no pagamento do salário do funcionalismo público.
Presidente Kennedy possui pouco mais de 11 mil habitantes e um número impreciso de eleitores, só que muito maior. Esse fato se deve à contratação indiscriminada, pela prefeitura, gerando a transferência de títulos eleitorais de trabalhadores que residem em municípios vizinhos do Espírito Santo e Rio de Janeiro. Continuam residindo em seus locais de origem, mas com domicílio eleitoral em Presidente Kennedy. Pessoas das cidades de São João de Itabapoana, no Rio, de Mimoso do Sul e até de Cachoeiro, estão essa situação.
O município de Presidente Kennedy sofreu intervenção da Justiça há 10 anos, quando foi preso o então prefeito Reginaldo Quinta, que perdeu o mandato. Findo o prazo da intervenção, sua sobrinha Amanda Quinta Rangel foi eleita para o cargo. Os dois romperam politicamente.
Em outubro deste ano, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) deferiu medidas cautelares para suspender uma licitação para contratação de maquinário pesado no município de Anchieta e das obras de uma escola em Presidente Kennedy, localizados na região litoral sul. No primeiro caso, a Corte apontou indícios de restrição ao caráter competitivo da licitação. Já em Kennedy, foram apontados problemas no edital de concorrência que dava margem ao superfaturamento nos serviços.