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Servidores questionam não pagamento de abono em Cariacica

Sindicato afirma que “falta capacidade administrativa” por parte da gestão de Euclério Sampaio

Diante da afirmação do prefeito Euclério Sampaio (MDB) de que não haverá abono para os servidores este ano, o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Cariacica (Sindismuc) aponta “falta de capacidade para administrar os recursos financeiros do município”. A informação foi dada pelo gestor em entrevista à Rádio CBN, na qual falou, ainda, que na prefeitura há um serviço de inteligência para averiguar “quem trabalha e quem não trabalha”, o que também é questionado pelos servidores.

O presidente do sindicato, Luciano Constantino, aponta que a não concessão de abono contradiz a fala do prefeito de que Cariacica está com as contas equilibradas. “Ele diz que a cidade está com a questão financeira equilibrada, se está, porque não pode pagar abono para os servidores?”, questiona. Para ele, não conceder abono demonstra “falta de preocupação com os servidores, com sua qualidade de vida”.

Luciano lembra que outros municípios da Grande Vitória já informaram que pagarão abono. Em Vitória, o valor definido pela gestão de Lorenzo Pazolini (Republicanos) foi de R$ 2,5 mil. Em Viana, R$ 1 mil. “Assim como Cariacica, esses municípios também têm obras. Mas em Cariacica, o próprio prefeito fala que a maioria delas é com recurso do Governo do Estado. Se não vai pagar abono, como está cuidando do recurso do município?”, indaga.
Quanto ao serviço de inteligência “para averiguar quem trabalha e quem não trabalha”, Euclério afirmou que, se constatado que o servidor não está cumprindo com suas atribuições, a informação é encaminhada para o secretário, posteriormente para a Procuradoria e, por fim, é aberto Processo Administrativo Disciplinar (PAD) caso o trabalhador seja efetivo. Se for comissionado, a pessoa é exonerada. O prefeito disse, ainda, que há servidores que estão tentando jogar a população contra a gestão. 
Para Luciano, o serviço de inteligência trata-se de “perseguição ao servidor”. De acordo com ele, somente na gestão de Euclério Sampaio, já foram abertos 110 PADs, o que, afirma, é um número maior do que registrado nas duas gestões do último prefeito, José Geraldo Luzia Júnior, o Juninho (Cidadania). Ainda de acordo com Luciano, ao contrário do que afirmou o prefeito à CBN, quando há denúncia contra comissionados, nada acontece.
O dirigente sindical afirma que, na maioria dos PADs, os servidores são absolvidos, já que as motivações para sua abertura normalmente “não têm sentido”. Um dos exemplos citados por ele é de um servidor que usava uma camisa com os dizeres “vacinei e não virei jacaré”, em referência à afirmação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que durante a pandemia da Covid-19 afirmou que a vacina poderia fazer as pessoas virarem jacaré. “Os servidores estão se sentindo em uma ditadura, perseguidos de forma avassaladora”, lamenta.

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