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Sindbares declara apoio a Bolsonaro e estabelecimentos criticam

Filiados afirmam não terem sido ouvidos e que carta foi iniciativa do presidente da entidade, Rodrigo Vervloet

Estabelecimentos filiados ao Sindicato dos Restaurantes, Bares e Similares do Espírito Santo (Sindbares) questionam o fato de a entidade ter divulgado em suas redes sociais uma carta na qual se posiciona em defesa da reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão, afirmam, foi tomada sem diálogo. Eles relatam ainda que, após a divulgação nas redes sociais, aqueles que contestaram a atitude foram “censurados”.

Os estabelecimentos apontam que a carta foi uma iniciativa do presidente do Sindbares, Rodrigo Vervloet, que foi candidato a deputado estadual pelo partido União Brasil.  

O proprietário da Casa de Bamba, no Centro de Vitória, Saulo Santos da Silva, afirmou ter tomado um susto ao ver a carta nas redes sociais. “Responderam por todos sem consultar nenhum”, diz. Saulo defende que o sindicato patronal não deveria se manifestar nem a favor de Bolsonaro nem de Lula (PT), uma vez que qualquer um dos posicionamentos pode gerar boicotes por parte de clientes que apoiam ambos os candidatos.

Carlos Eduardo Souza dos Santos, proprietário da Sfiheria, em Jardim da Penha, destaca que “o Sindbares não se resume à figura do presidente” e que “tudo tem que ser debatido”. 

O sócio proprietário da “A Oca”, no Centro de Vitória, Fabrício Costa, relata que alguns estabelecimentos se posicionaram contra a carta em um grupo de WhatsApp do Sindbares, mas os comentários foram apagados. 


Assim como Saulo, Fabrício acredita que a entidade não deveria se posicionar a favor de nenhum candidato, mas tece críticas ao Governo Bolsonaro. Para o sócio proprietário da “A Oca”, a demora na compra das vacinas fez com que as restrições econômicas perdurassem por mais tempo, prejudicando os estabelecimentos. Ele também critica a demora na liberação de linha de crédito, e quando foi liberado, “foi uma mixaria”.
Fabricio reconhece as dificuldades pelas quais os estabelecimentos passaram devido às restrições, mas defende que “a ‘A Oca’ não é maior do que a vida das pessoas, dinheiro não está acima da vida”. Também aponta que Bolsonaro “gastou milhões com kit Covid, com remédio ineficaz”.
Na carta, o Sindbares afirma que, desde o início de sua gestão, “Bolsonaro proporcionou modernização legal de todo o ambiente de negócios do país, implementando leis como a de liberdade econômica, mini reformas trabalhistas, dentre diversas outras”. E ainda que “quase todos estabelecimentos filiados sobreviveram à pandemia, graças ao benefício emergencial de preservação do emprego e renda, instituído pela MP 936/20, o qual pagou os salários dos nossos colaboradores, tudo com recursos do Governo Federal”.
O Sindbares afirma que as políticas econômicas e fiscais para os próximos anos “estão claras” e que a candidatura de Lula “não deixou claro seu plano de governo, principalmente no que se refere à economia” e que os estabelecimentos “amargaram a pior crise econômica das últimas décadas, exatamente em razão do desequilíbrio econômico causado por este mesmo partido [PT] que agora quer retornar, sem qualquer autocrítica do período, e sem sequer apresentar seu planejamento”. 

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