sábado, fevereiro 8, 2025
24.9 C
Vitória
sábado, fevereiro 8, 2025
sábado, fevereiro 8, 2025

Leia Também:

Soldado expulso da PM por causa da greve tem candidatura impugnada

Dois meses depois de ser expulso da Polícia Militar acusado de participação na greve da corporação, em fevereiro de 2017, o soldado Nero Walker (PSL) pode ter sua candidatura a deputado estadual cassada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), caso seja acatada a impugnação do Ministério Público Eleitoral (MPE). Ele integra o projeto político dos militares do Estado, que fazem oposição ao governo Paulo Hartung.

A procuradora regional Nadja Machado Botelho impugnou a candidatura, alegando demissão do serviço público. Nero e sua coligação – PSL-PR-PRB – têm sete dias para apresentar defesa no caso. A decisão deve ser julgada até o dia 17 de setembro, quando termina o prazo de análise de todas as candidaturas pela Justiça Eleitoral.

O soldado Nero Walker foi expulso da Polícia Militar no dia 21 de junho desse ano, depois de ficar preso por 290 dias, por ter manifestado suas opiniões pelo Facebook durante a paralisação. 

De acordo com o boletim da PM, ele “teve conduta que afetou o sentimento de dever, a honra pessoal, o pundonor militar e o dever de classe”, ao divulgar vídeos apoiando o movimento paredista em redes sociais. 

Ao ser expulso, Nero Walker disse que o ato o deixaria livre: “Estava lutando contra um sistema podre e falido com os dois braços amarrados para trás. Agora estou livre e posso fazer muito tanto pela sociedade quanto pelos irmãos de farda”. 

E completou: “Não me arrependo de nada. Lutei contra um Leviatã em fevereiro de 2017 e faria tudo de novo. Não sinto que perdi a guerra. Me tiraram a farda e um salário de dois mil e poucos reais, mas eu tirei dele [referindo-se a Hartung] o governo de 2019″.

As declarações de Nero Walker se confirmaram no desgaste que a greve da PM provocou na gestão Hartung. Somada a outros fatores, levou o governador a desistir da reeleição, após pesquisas eleitorais que o colocavam atrás do ex-governador Renato Casagrande (PSB), líder na corrida ao Palácio Anchieta.  

Nero Walker foi detido no dia 16 de junho de 2017, no bairro Amarelos, em Cachoeiro de Itapemirim, sul do Estado. Durante a ação da polícia, o soldado iniciou uma transmissão ao vivo em uma rede social mostrando sua própria prisão. 

No vídeo, argumentou o motivo: postagens no Facebook, interpretadas pelo Comando da Polícia Militar como perturbação da ordem. Sem abrir o portão de casa, Nero questionou os mandados de prisão e de busca e apreensão, exigindo que os mandados fossem lidos por um policial antes de a prisão ser efetuada. Ele foi o último militar acusado de envolvimento na greve a ganhar a liberdade no Estado.

Outros pedidos

A Procuradoria Regional Eleitoral impugnou outros 20 pedidos de registros de candidatura de pessoas que pretendem disputar vagas na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados, considerados inelegíveis em razão da Lei da Ficha Limpa. Os motivos são condenações em segunda instância e contas rejeitadas por atos de improbidade administrativa.

Confira a lista:

Antônio Wilson Fiorot: candidato a deputado estadual – ausência de filiação partidária.

Cláudio Sérgio de Souza Silva: candidato a deputado estadual – condenação criminal TRE (falsidade ideológica eleitoral).

Clio Zanella Venturim: candidato a deputado estadual – contas rejeitadas pelo Tribunal de Contas (TCE).

Edilson Lucas do Amaral Junior: candidato a deputado federal – condenação criminal na Justiça Federal (crime contra a ordem tributária) e suspensão dos direitos políticos.

Eli Gomes Ramos: candidato a deputado estadual – condenação criminal na Justiça Estadual (receptação e adulteração de sinal identificados de veículo automotor).

Genésio Barcelos: candidato a deputado estadual – condenação no TRE por captação ilícita de sufrágio.

Gilberto Matias de Souza: candidato a deputado estadual – suspensão dos direitos políticos.

Henrique Zanotelli de Vargas: candidato a deputado estadual – demissão do serviço público.

Jaime Santos Oliveira Junior: candidato a deputado estadual – contas rejeitadas pela Câmara de Ponto Belo.

Luciano Manoel Machado: candidato a deputado estadual – ausência de filiação partidária.

Luiz Carlos Prezoti Rocha: candidato a deputado estadual – contas rejeitadas pelo TCE.

Manoel Pereira da Fonseca: candidato a deputado estadual – contas rejeitadas pela Câmara de Conceição da Barra.

Marcelo Patrocínio: candidato a deputado estadual – condenação criminal na Justiça Federal (inserção de dados falsos em sistema de informações).

Maria Helena Neto: candidata a deputada federal – ausência de filiação partidária.

Nelson Mierstchink: candidato a deputado estadual – contas rejeitadas pelo TCE.

Norma Ayub Alves: candidata a deputada federal – condenação por improbidade administrativa.

Paulo César Damm: candidato a deputado estadual – condenação criminal na Justiça Estadual (homicídio qualificado).

Rosana Silva de Souza Pinheiro: candidata a deputada federal – não desincompatibilização.

Wanderson Fernando Pereira Miranda: candidato a deputado estadual – condenação criminal na Justiça Estadual (falsificação de documento público) e ausência de filiação partidária.

Washington Luis Martins: candidato a deputado estadual – condenação criminal na Justiça Estadual (violação de direito autoral).

Mais Lidas