A saída de Theodorico Ferraço (DEM) da corrida à presidência da Mesa Diretora da Assembleia gerou desdobramentos no tabuleiro eleitoral 2018, que estava sendo armado cuidadosamente por Paulo Hartung (PMDB). O decano do Legislativo estadual fez questão de tornar pública sua insatisfação com o governador, que teria “armado” para tirá-lo do caminho. Mas sua saída da disputa, de outro lado, atende às movimentações do filho, o senador Ricardo Ferraço.
O tucano torceu o bico quando Hartung “plantou” na imprensa que seu destino seria o PSDB. Sem titubear, Ricardo deu sinais claros ao governador de que a prerrogativa à reeleição ao Senado lhe pertencia. A posição de Ricardo recebeu apoio incondicional de outras lideranças do PSDB, que não demonstraram empolgação alguma ante a movimentação de Hartung em direção ao ninho tucano.
No final das contas, Ricardo sai fortalecido do episódio e Hartung fica ainda mais encurralado. Neste momento, ela tem dois caminhos: a reeleição ao governo, que parece uma opção improvável; ou simplesmente o cumprimento integral do mandato. Na segunda hipótese, à primeira vista mais plausível, restará a Hartung tentar fazer o sucessor. Outra missão dificílima.