O governador Paulo Hartung (PMDB), desde sua chegada ao Palácio Anchieta, tem adotado uma postura monofônica. Seu governo é baseado em sua visão e as pessoas que o rodeiam seguem suas determinações. A política desgastada do Estado e a antecipação dos royalties do petróleo que o permitiram colocar as contas em dia criaram um ambiente favorável a isso.
Para evitar a gritaria que viria da rua, o peemedebista, que chegou ao governo pelo Partido Socialista Brasileiro, tratou logo de acomodar o PT em sua gestão para desmobilizar o movimento sindical e ter tranquilidade para adotar seu jeito de governar.
Desde então a sociedade organizada não teve espaço para a discussão sobre suas demandas. As políticas sociais do governo Paulo Hartung foram inexistentes. A visão desenvolvimentista o colocava sempre na defesa da atração de grandes plantas industriais que afirmava suficientes para garantir o interesse da população.
É claro que não foi e, agora, com a crise econômica mundial, o Espírito Santo fica refém dessa política. Ao retornar ao governo, Hartung mantém a mesma surdez em relação aos movimentos sociais, aos sindicatos, às associações. Não senta para negociar com os sem terras e nem com rodoviários. Com servidores públicos, então…
Mas o que chama a atenção é que o mesmo expediente tem sido adotado com a classe política. Ao chamar os deputados estaduais para um almoço ele falou e ponto. Quando chama uma ou outra liderança para conversar, é para ditar como será o movimento já pensado por ele.
E quem não aceita ou pede tempo para pensar, automaticamente recebe o recado e quem não interessa mais é descartado. Enquanto fizer isso com a Assembleia, que já tem fama de ser subserviente, ainda vai, mas Hartung tem irritado muita gente com sua postura intransigente e impositora. E, diferentemente do que ele vem acreditando, 2016 é bem diferente de 2003.
Fragmentos:
1 – O ex-governador Renato Casagrande (PSB) começou a visitar as obras que tiveram início em seu governo e foram paralisadas na gestão Paulo Hartung (PMDB). Ele inaugura a nova estratégia em frente às obras da escola técnica e Iúna, região do Caparaó.
2 – E por falar em Casagrande, é difícil acreditar que ele não participou do encontro com o vice-presidente (por enquanto) Michel Temer (PMDB) na negociação entre PSB e o futuro presidente.
3 – A senadora Rose de Freitas (PMDB) já presidiu a sessão da Comissão do Impeachment do Senado duas vezes esta semana, em substituição ao presidente do colegiado, senador Raimundo Lira (PMDB-PB).
