Um grupo de estudantes fez uma nova manifestação em frente à Secretaria de Estado da Educação no final da tarde desta terça-feira (31). Eles não se sentem representados por um outro grupo de estudantes que se reuniu com o secretário de Educação Haroldo Correia Rocha, no início da tarde de hoje (31). O grupo também queria participar da reunião.
Os alunos participaram da reunião ordinária da Comissão de Educação da Assembleia e permaneceram no Legislativo para acompanhar a sessão ordinária. Mas ao saber que os deputados se reuniriam com o secretário na noite desta terça, os alunos deixaram a Assembleia e partiram em passeata até a Sedu, na Praia do Suá, em Vitória.
Mais cedo, um outro grupo de alunos se reunia com Haroldo Rocha para que o secretário apresentasse o projeto. O problema é que após uma reunião na semana passada em que o secretário prometeu uma viagem a um grupo de alunos para que conhecessem o projeto Escola Viva em Pernambuco, houve uma reação entre os estudantes, que entenderam a movimentação como uma manobra de cooptação por parte do governo.
Ao chegar à Sedu, os estudantes foram impedido de entrar na sala de reunião. A alegação foi de que a reunião já estava em andamento – já havia quase quatro horas de encontro – e que o grupo era muito numeroso, por isso, atrapalharia os trabalhos. A Sedu aceitou receber uma comissão de alunos para acompanhar o restante da reunião. Mas os estudantes não entraram.
Ao sair da reunião, que contou com um representante do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação (ICE), contratada para gerir o projeto, os estudantes não quiseram passar informações aos demais alunos, alegando que havia interferência de partidos políticos na discussão.
A comunidade escolar teme uma manobra do governo para tentar aprovar o projeto Escola Viva, sem atender o interesse dos manifestantes. O pedido é que o governo implante o projeto apenas no próximo ano e em unidades novas, que não façam parte da atual rede do ensino médio.
O governo pretende implantar o projeto em cinco escolas da Grande Vitória já no segundo semestre deste ano. Como o projeto só abriga 600 alunos, os excedentes teriam de ser removidos para outras escolas. Além disso, não há projetos alternativos seguros para os alunos que trabalham ou que não poderiam permanecer o dia todo na escola.
Após a reunião com estudantes, uma comissão de deputados se reuniu com o secretário. Entre os parlamentares presentes estavam a presidente da Comissão de Educação, Luzia Toledo (PMDB); o presidente da Comissão de Cidadania, José Carlos Nunes (PT), que está com o projeto em análise; o líder do governo, Gildevan Fernandes (PV), além dos deputados Sérgio Majeski (PSDB), Raquel Lessa (SD) e Eliana Dadalto (PTC).
Nesta quarta-feira (1), o secretário se reúne a partir das 8 horas com representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes-ES).