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Tiroteio na Leitão da Silva volta ser tema de discursos na Assembleia

Deputadas Camila Valadão e Iriny Lopes questionam modelo de segurança pública adotado no Estado 

As deputadas Camila Valadão (Psol) e Iriny Lopes (PT) voltaram a questionar o modelo de segurança pública adotado no Estado, ao abordarem em discursos na Assembleia Legislativa, nesta quarta-feira (30), o tiroteio entre agentes da Polícia Militar (PMES) e da Guarda Municipal de Vitória, nessa segunda-feira (28), na movimentada avenida Leitão da Silva. A ação, realizada na parte da tarde, resultou em uma morte e três pessoas feridas, entra elas um homem que passava na hora – e provocou pavor e intensa correria na região.

Para Camila Valadão, presidente da Comissão de Direitos Humanos, a preservação da vida vem em primeiro lugar. “Este é um tema muito central para nós que estamos no âmbito da comissão. A gente tem pensado muitas estratégias, do ponto de vista de pensar uma segurança que pense na preservação da vida em primeiro lugar. Da vida dos civis, da vida dos policiais, do ponto de vista inclusive da saúde mental dos policiais militares”, afirmou.

A parlamentar acrescentou que “defender a segurança pública é, sem dúvida, defender as forças de segurança, mas cobrando ações que preservem a vida. (…) Nós queremos ações policiais com inteligência, com preservação da vida em primeiro lugar. Portanto, a gente vem cobrando investimento na polícia, inclusive do ponto de vista tecnológico”.

Iriny Lopes (PT) questionou os métodos utilizados, de forma geral, pelas forças de segurança. “É sempre polêmico o debate sobre métodos e estratégias de segurança pública. Ao meu juízo, segurança pública pressupõe duas questões básicas. Pesados investimentos sociais, para o crescimento individual e coletivo das comunidades. Geração de emprego e renda, garantia de educação e saúde. A questão da cultura e do esporte como instrumentos fundamentais”, destacou.

Ele apontou como necessário ainda o investimento na Polícia Científica como estratégia. “A força só leva a mais força. (…) Isso não protege nem a vida dos membros da sociedade e muito menos dos membros da segurança pública. Está superado esse modelo, é um modelo esgotado”, avaliou.

O tema também foi abordado por outros deputados, como o presidente da Assembleia, Marcelo Santos (Podemos), em defesa da operação, criticada por áreas da sociedade civil: “As forças de segurança, os guardas municipais, as polícias Civil e Militar defendem de forma brilhante os capixabas. Defendem os parlamentares, os magistrados, os promotores, o governador, o secretariado, o pedreiro, o gari, a servente, o médico, defende a todos os capixabas indistintamente”, exaltou.

O deputado enfatizou que “no dia a dia, volta e meia é criticado porque acorda cedo, é alvejado e não tem o direito de revidar. Como disse um cidadão na minha rede social: não é com flores que a polícia, que a guarda municipal vai enfrentar a bandidagem. Eles têm equipamento, por conta do PCC (organização criminosa), que de fato está chegando a todos os lugares, e aqui no Espírito Santo não é diferente. Nós temos que enfrentar”.

Para ele, as forças de segurança estão sujeitas a contarem com profissionais ruins em seu quadro, como qualquer outra instituição. “É claro que existem maus policiais, maus agentes de segurança. Como existem maus parlamentares, maus médicos, maus advogados, maus juízes, maus promotores. Mas não é por conta de um, dois ou três, que nós vamos contaminar toda uma categoria, toda uma força de segurança”.

O deputado Tyago Hoffmann (PSB) concordou com o presidente. “Nós não estamos aqui para proteger as pessoas que fazem as coisas de forma errada. Então, quando há um erro policial, quando há um erro de qualquer agente público, a gente não está aqui para passar a mão na cabeça. Mas nós temos uma polícia absolutamente preparada, uma das mais preparadas do Brasil”, ressaltou.

“As forças de segurança do Espírito Santo passam por intenso treinamento e obviamente, elas estão absolutamente preparadas. Têm cursos na área de direitos humanos e na área de respeito aos direitos dos cidadãos. (…) Não vai acertar sempre, infelizmente, mas sempre com um olhar humano”, concluiu o governista.

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