O ministro da Saúde, Ricardo Barros, veio ao Estado nessa quinta-feira (2) e circulou com prefeitos e outras lideranças políticas pelos postos de vacinação contra a febre amarela, na Grande Vitória. O ministro foi bastante badalado pela classe política capixaba, mas quem achou que estar ao lado dele traria ganhos políticos, se enganou.
As longas filas para a imunização deixaram a população irritada e as reclamações não foram poucas. O ministro circulou por pontos de vacinação com os prefeitos da Serra, Audifax Barcelos (Rede), de Vitória, Luciano Rezende (PPS) e de Cariacica, Juninho (PPS). Ele foi recepcionado no aeroporto pelo deputado federal Lelo Coimbra e a senadora Rose de Freitas, ambos do PMDB.
Com o surto de febre amarela e a expectativa de liberação de mais de R$ 3 milhões de doses de vacinas, a interpretação da classe política foi de que aparecer ao lado do ministro seria uma estratégia positiva, mas não foi. A desorganização em muitos pontos de vacinação acabou causando um efeito negativo.
É mais uma preocupação dos gestores do Estado com a saúde de suas imagens com o eleitorado. A crise financeira ajuda na desidratação da imagem dos prefeitos. A situação de caos da segurança, a falta de recursos nos municípios e as movimentações políticas nas gestões transformaram a desorganização na hora da vacina na gota d’água.
Até o governador Paulo Hartung tirou uma “casquinha” do ministro. Se reuniu com Barros para pedir que o governo federal arque com os custos da vacinação e não perdeu a oportunidade de jogar muitos dados para tentar convencer o governo federal de que a gestão na saúde do Espírito Santo é excelente.
Com as filas quilométricas para a vacina e os problemas já constantes no atendimento da saúde, o governador tem dificuldade em convencer o eleitorado dessa excelência.