Chama a atenção dos meios políticos a pesquisa (registro no TRE: ES-03384/2016) divulgada pelo jornal A Tribuna nesse domingo (15) sobre o cenário eleitoral da Serra. O levantamento confirma uma vantagem para o ex-prefeito e deputado federal Sérgio Vidigal (PDT) em relação ao atual prefeito Audifax Barcelos (Rede).
Para os meios políticos, os dados apontam duas situações sobre os principais nomes na corrida eleitoral. A respeito do desempenho de Vidigal, os números dirimem qualquer dúvida sobre a possibilidade do pedetista vir a disputar a eleição. Isso porque vinha-se considerando no cenário local a possibilidade de o deputado não entrar na disputa, uma articulação que estaria sendo mediada pelo Palácio Anchieta.
Em entrevista ao jornal Século Diário nesse sábado (14), Vidigal disse desconhecer qualquer manobra e que sua participação no pleito dependia da vontade popular. A pesquisa da Enquet é bem favorável da neste sentido. Já que Vidigal, no levantamento espontâneo, que é o mais fiel ao desejo do eleitorado, aparece com 23% das intenções, contra 17,3%.
Outro aspecto que pode ser observado com base nas pesquisas é que todo o investimento do prefeito Audifax Barcelos para aumentar sua popularidade e criar condições para uma reeleição tranquila, ainda não funcionou. O prefeito vem apostando na divulgação de ações da prefeitura, como placas e faixas em locais de obras – que nem sempre se concretizam – e em publicidade nos veículos de comunicação.
Mesmo assim, não tem aumentado sua musculatura eleitoral, pelo menos as ações não se refletiram nas pesquisas. Uma situação que deve se complicar ainda mais para o prefeito com a chegada do período de proibições da Justiça Eleitoral para investimentos nessa área, além de participação em inaugurações e ordens de serviço.
Restará ao grupo do prefeito na Câmara investir em uma manobra para tentar desidratar Vidigal, com uma CPI criada investigar irregularidades numa operação de R$ 40 milhões em títulos do Instituto de Previdência dos Servidores do Município da Serra (IPS) no Banco BVA, que foram realizadas na gestão do então prefeito Sérgio Vidigal.
Os aliados de Vidigal, porém, reagiram, apresentando duas outras CPIs para apurar denúncias contra a atual gestão, como medida para conter ou rivalizar no campo político a comissão dos aliados do prefeito.
Também chama a atenção o papel dos outros elementos que aparecem nas pesquisas. O tucano Vandinho Leite (PSDB) pode ter um papel importante no segundo turno – caso a eleição seja decidida em dois turnos. Seu desempenho, pode fortalecer a campanha do pedetista, já que a probabilidade é de apoio a Vidigal em um eventual segundo turno. Isso porque, há uma mediação entre as duas lideranças, que seria costurada pelo senador Ricardo Ferraço (PSDB), correligionário de Vandinho e amigo de Vidigal.
Outra figura que merece acompanhamento do cenário político é o deputado Bruno Lamas (PSB). O parlamentar vem reafirmando sua disposição em disputar a eleição, o que serviria de caminho mais lógico para o ex-governador Renato Casagrande no município, embora o próprio Casagrande entenda que sua figura não está necessariamente ligada a discussão partidária.
A movimentação que levou a mãe de Bruno, Márcia Lamas, à Secretaria de Educação ainda causa muita desconfiança nos meios políticos de que seu palanque possa ser um trunfo na mão do prefeito Audifax.
