Proposta pelo senador Magno Malta (PR), não por coincidência, no ano que antecede à disputa eleitoral, a CPI dos Maus-Tratos contra Crianças e Adolescentes pode estar com dias contados. A CPI já divide opiniões dentro e fora do Senado, que já pede o fim da CPI. Parte das parlamentares não aprova a condução truculenta do senador.
Malta garante que seu interesse com a CPI é proteger as famílias e as crianças de abusos. Ele alega que há um movimento a serviço de forças ocultas e interesses escusos para calar a CPI. Mas até mesmo entre os mais conservadores, já se comenta que Malta estaria passando dos limites, ao extrapolar as prerrogativas do colegiado.
Segundo a coluna Painel, da Folha de S. Paulo, um grupo de senadores tenta dar cabo à CPI. Na sessão do último dia (9), o senador levou ao plenário um acusado de pedofilia, algemado e com uniforme de detento. “O sr. foi abusado na infância?”, indagou. O depoente disse que sim, mas que não queria falar. O senador insistiu. O preso chorou.
Malta também deixou vazar uma conversa entre o acusado e um advogado, o que é proibido. Como o assunto é revoltante, acaba atraindo o eleitor e para uma parte dos colegas do senador, o assunto está sendo usado eleitoralmente.
O caso ganhou mais um episódio nessa terça-feira (14), com a notícia de que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, vetou a condução coercitiva de Wagner Schwartz, artista que se apresentou nu no Museu de Arte Moderna de São Paulo. O depoimento compulsório tinha sido imposto pelo senador.
O artista teria sido intimado e não compareceu à audiência pública realizada nos dias 23 e 24 de outubro no Ministério Público do Estado de São Paulo. A defesa de Schwartz alega que o artista não foi intimado a comparecer à audiência, já que o documento foi enviado ao MAM-SP e não ao domicílio do artista.