Sexta, 29 Março 2024

Apenas 17% do público infantil se vacinou contra o sarampo no Estado

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Helene Santos/Governo Ceará

Não é só a imunização infantil contra Covid-19 que enfrenta dificuldades no Espírito Santo. Até o momento, apenas 17% do público se vacinou contra o sarampo. Os dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que contemplam crianças de seis meses a menores de 5 anos, também são pouco positivos em relação à vacinação contra a influenza, que só teve 18% de adesão. Em um cenário de queda da cobertura vacinal, que acompanha o contexto nacional, o risco maior é para os grupos mais vulneráveis.

Em um alerta nesta quinta-feira (12), a secretaria informou que, entre as crianças, o Estado aplicou 2,9 mil doses contra a Influenza e 2,6 mil sarampo, número inferior ao que é necessário para atingir 90% da cobertura vacinal.

O número é baixo principalmente considerando que as duas campanhas de imunização vão só até o dia 3 de junho. De acordo com a Sesa, a estimativa do Ministério da Saúde é que 253 mil crianças nesta faixa etária sejam vacinadas ou que as metas de 90% de cobertura vacinal para gripe e 95% para sarampo sejam atendidas.

Os idosos, grupo que deveria registrar 7,3 mil doses aplicadas por dia, têm somado apenas 5,4 mil. A situação é ainda mais grave entre as puérperas, em quem estão sendo aplicadas apenas 26 doses por dia, quando o ideal era se registrar pelo menos 150.

Apesar disso, na faixa dos idosos acima de 60 anos, é o registro de cobertura vacinal contra a influenza mais avançada do Estado, com uma adesão de 46,1%. Entre os trabalhadores de saúde, o índice é de 38,7%.

Em uma tentativa de melhorar o alcance das metas, a Secretaria de Saúde antecipou as datas da campanha de vacinação contra o sarampo e a influenza no Espírito Santo, mas a adesão permaneceu baixa. "Mesmo com dias a mais no calendário, as estimativas de doses aplicadas seguem abaixo da média", aponta.

A baixa adesão às campanhas em terras capixabas segue o panorama nacional. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos indicam que, só no ano de 2020, cerca de 22 milhões de crianças não receberam a primeira dose da vacina contra o sarampo, 3 milhões a mais que no ano anterior.

A baixa adesão que, segundo especialistas, está diretamente ligada à desinformação e fake news, já tem gerado consequências. No último dia 4, o Brasil registrou a primeira morte por sarampo em 2022, em Porto Velho, Rondônia. Em todo o país, são 17 casos confirmados em três estados, o que ativou o alerta de entidades de saúde para a volta da doença, que estava controlada no Brasil.

Esse foi um dos temas destacados pelo secretário de Saúde do Espírito Santo, Nésio Fernandes, em uma reunião da Frente Parlamentar do Programa Nacional de Imunizações da Câmara dos Deputados, na última semana. Nésio, que também é presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), destacou o impacto da desinformação nas metas de cobertura vacinal, que vinham registrando um comportamento de queda desde 2013.

"Uma tendência que não conseguiu ser interrompida, que precisa ser analisada com profundidade, para que a gente consiga, de fato, entender qual é o diagnóstico e quais são os tratamentos para esse fenômeno", disse na ocasião.

Participando do encontro de forma virtual, Nésio também destacou que, no Brasil, a imunização infantil é garantida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). "A vacinação infantil, no Brasil, por determinação do Congresso Nacional, não é uma questão de opinião, mas de direito da criança, estabelecido pela legislação brasileira. Vacina no Brasil é política de Estado, protegida pela sociedade e suas instituições", pontuou.

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