Quinta, 25 Abril 2024

Após ameaça de paralisação, governo renova contratos com cooperativas médicas

Após ameaça de paralisação, governo renova contratos com cooperativas médicas
O governo de Estado renovou por 30 meses o contrato de serviço com as cooperativas médicas que atuam nos hospitais da rede estadual nesta quarta-feira (30). Desde a última semana tem havido pressão dos médicos cooperados – inclusive com ameaça de paralisação no atendimento – para que a renovação fosse feita. 
 
O Tribunal de Justiça do Estado (TJES) também se manifestou sobre a então iminente paralisação dos médicos de cooperativas através do desembargador Álvaro Bourguignon, que anunciou na última quinta-feira (24) que iria solicitar que o Ministério Público do Estado (MPES) instaurasse inquérito para apurar a aparente cartelização da saúde. Para o magistrado, o Estado fica refém desse tipo de cooperativas médicas já que os integrantes delas optam por não participarem de concursos públicos ou se filiarem aos planos de saúde.
 
A reunião que celebrou a renovação dos contratos teve a presença dos representantes das cooperativas médicas de cirurgia, anestesiologia, cirurgia pediátrica, cirurgia geral e ortopedia. 
 
A primeira passagem do atual secretário de Estado de Saúde, Tadeu Marino pela pasta, em 2003, ainda no início do governo Paulo Hartung (PMDB), foi abreviada por um embate com as cooperativas médicas. Na época ele queria rever os contratos entre o Estado e as cooperativas, por não concordar com os altos valores pagos. 
 
Com a saída dele, assumiu a pasta João Felício Scárdua e posteriormente Anselmo Tozi, que permaneceu até o fim da gestão de Paulo Hartung, em 2010. 
 
No início da atual gestão, em janeiro de 2011, o secretário fez declarações à imprensa criticando os valores recebidos pelas cooperativas, que continuavam altos. Ele disse que iria cobrar delas eficiência, produtividade e qualidade de serviço que justificassem o valor que recebem do Estado para se manterem no sistema.
 
No final de dezembro de 2010, quando foi anunciado o nome de Tadeu Marino para a Sesa, havia uma pressão muito grande para que um representante da iniciativa privada ficasse à frente da secretaria, a exemplo do antecessor, Anselmo Tozi, que é da área privada. No entanto, Marino é ligado à área pública. Outro indicado pelos empresários do setor era o deputado federal eleito Paulo Foletto, médico cooperado.
 
O governador Renato Casagrande (PSB), porém, bancou a indicação de Tadeu Marino, enfrentando a desaprovação do setor. A necessidade de ter um representante da iniciativa privada serviria para reforçar o caos na saúde, o que aumentaria a busca de planos de saúde. O desempenho de Anselmo Tozi no governo Paulo Hartung foi um exemplo de como a morosidade na tomada de decisões e problemas de gestão favorecem a iniciativa privada. 

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