De acordo com uma denúncia, o Hospital Estadual de Atenção Clínica (Heac), o antigo Adalto Botelho, localizado em Cariacica, passa por problemas estruturais que colocam a vida de pacientes e trabalhadores em risco. O hospital conta atualmente com um pronto-socorro psiquiátrico e recebe pacientes clínicos em estado crítico encaminhados de outras unidades.
Segundo a denúncia, pacientes da área geriátrica que morreram na unidade em abril deste ano, chegaram a ficar três dias no necrotério do hospital. O local, no entanto, não está equipado para abrigar corpos por muito tempo, já que conta apenas com um ar-condicionado – não possui geladeira mortuária.
A unidade também apresenta paredes e tetos mofados, inclusive em áreas de grande risco de contaminação. No teto da enfermaria há infiltrações e mofo e fungo (foto ao lado) por conta do telhado quebrado. No pronto-socorro psiquiátrico, a pintura feita há pouco tempo já está soltando das paredes. Até recentemente, os servidores do hospital racionavam material de suporte de enfermagem, como luvas, capotes e equipos, por falta de reposição.
Além das condições físicas do hospital, o sistema de remoção também é alvo de denúncia, que dá conta que o serviço de ambulância, que tinha funcionários de carreira, foi terceirizado. Assim, quando a escala dos motoristas do serviço terceirizado é alterada, o atendimento de pacientes que precisem de remoção durante o período de troca de escalas pode ficar comprometido.
Existe também a denúncia de assédio moral contra o ex-diretor do Heac, José Célio Vailant Capila, que já foi protocolada no Ministério Público do Estado (MPES) pelo Sindicato dos Trabalhadores em Saúde no Estado (Sindsaúde-ES). Uma das denúncias aponta que o ex-diretor teria colocado à disposição um servidor que é delegado sindical por conta de um abaixo-assinado que os trabalhadores fizeram circular na unidade contendo as insatisfações da categoria.