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Estado pode iniciar, em 21 dias, período sem óbitos por Covid, diz Nésio

Secretário de Saúde, que preside o Conass, participa da discussão nacional sobre critérios para suspensão do estado de emergência

O Espírito Santo deve alcançar, nos próximos 21 dias, o primeiro período sem óbitos por Covid-19 desde o dia dois de abril de 2020, quando a primeira morte pela doença foi registrada em território capixaba. A expectativa foi informada nesta segunda-feira (28) pelo gestor capixaba e presidente do Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde (Conass), Nésio Fernandes, durante coletiva de imprensa concedida ao lado do subsecretário de Estado de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin. 

“Temos grande otimismo com a vacinação brasileira. Podemos ter, nos próximos 21 dias, o início dos dias sem óbitos no Espírito Santo. Será algo a ser alcançado graças ao esforço da vacinação e adesão da população capixaba”, declarou o secretário. 

Atualmente, ressaltaram os gestores, os indicadores pandêmicos continuam em queda, mantendo uma fase sustentada de estabilização, apesar da desaceleração recente da queda dos números de casos, internações e óbitos. 

O Estado acaba de alcançar a marca de 0,42 óbito por milhão de habitantes e 28 casos por milhão de habitantes na média móvel dos últimos sete dias. “São indicadores equivalentes aos de controle da pandemia de países que chegaram a adotar estratégia de Covid zero, com grandes momentos de estabilização de casos, óbitos e internações”, comparou. Os números absolutos, segunda a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), são de 164 casos e 2,43 óbitos na média móvel dos últimos 14 dias.

A positividade mostrada nos testes nas duas últimas semanas também aponta para um cenário de mais segurança sanitária, sublinhou o subsecretário de Vigilância em Saúde. Comparando a Semana Epidemiológica (SE) 11 com a 12, que terminou nesse sábado (26), a positividade nos testes RT-PCR caiu de 3,5% para 1,6%. “Falta atualização no último dado, que deve chegar a 2,5%. De qualquer forma, é uma baixa positividade”, destacou Reblin, que evidenciou também o pequeno número de internações hospitalares “Ontem [domingo, 27], havia 56 pessoas em UTI [Unidades de Tratamento Intensivo] e 28 em enfermaria na rede SUS [Sistema [Único de Saúde]. 

Os dados indicam que, nos próximos dez dias, mais quatro microrregiões poderão entrar em risco muito baixo: Caparaó, Litoral Sul, Rio Doce e Centro-oeste. Essa classificação, azul, hoje é vigente em apenas duas microrregiões: a Central Serrana e a Sudoeste Serrana, que compreendem 12 municípios. “As demais microrregiões podem alcançar também neste mês de abril o risco muito baixo. Depende de reforçarem a vacinação dos idosos e adolescentes”, expôs Nésio Fernandes.

Suspensão da Emergência Sanitária

O gestor capixaba enfatizou que “caminhamos para um contexto de não surgimento de novas variantes de preocupação, especialmente que tenham escape vacinal significativo, para uma vitória sobre a pandemia nos próximos meses”. 

O reconhecimento do fim da pandemia, no entanto, é atribuição da Organização Mundial da Saúde (OMS), cabendo aos países e estados a definição de suspensão ou não do estado de emergência em saúde pública. Em âmbito nacional, o assunto é discutido entre o Ministério da Saúde, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Conass e outras instituições afins. O objetivo é definir “quais critérios irão permitir o levantamento seguro do estado de emergência no nosso país”. 

A proposta do Conselho, informou, é que seja feito “um plano de retomada que possa compreender a definição de indicadores de taxa de incidência por semana epidemiológica, óbitos e internações esperados para um contexto de estabilização da pandemia em solo nacional”. 

Até o momento, complementou, “acreditamos que 60 a 90 dias de estabilidade sem surgimento de variantes são necessários para reconhecer elementos que subsidiem uma decisão segura sobre o fim do estado de emergência no país”.

A pandemia não acabou, sublinhou, “mas estamos otimistas com a adesão da vacinação no país”, acentuou, pedindo para que as pessoas reforcem a campanha em prol da vacinação, junto a seus familiares, amigos e outros contatos próximos.

Vacinação 

Os principais gargalos da imunização no Estado hoje estão na população entre 18 e 29 anos, tanto na primeira quanto na segunda e terceira doses. Postura oposta à da população em faixas etárias superiores a essa, especialmente a idosa, salientou Nésio Fernandes. “Temos adesão melhor dos adolescentes do que nessa faixa etária [18 a 39 anos]. Os grandes desafios agora são o segundo reforço dos idosos e a vacinação infantil”, destacou. 

Nesse sentido, novas campanhas de sensibilização serão lançadas pela Sesa, focadas nessas populações, para imunização não só contra Covid-19, mas também contra o vírus da Influenza, incluindo vacinas eficazes contra novas variantes do vírus da gripe. “Sexta e sábado [1 e 2], quase todos os municípios capixabas irão aderir a um novo mutirão de vacinação contra Covid e influenza”, divulgou. 

Testagem

Nesse contexto, Reblin enfatizou a importância de manter a vigilância, com o uso de testes pelas pessoas que tiverem suspeita de contaminação pelo SARS-CoV-2. “A testagem precisa fazer parte do nosso cotidiano. É uma estratégia sentinela, que continua sendo um elemento-chave para que as pessoas possam fazer reuniões familiares e sociais com mais tranquilidade”, pontuou. 

Máscaras

Sobre o uso de máscaras, Nésio Fernandes afirmou que elas continuam sendo recomendadas. independentemente do risco do município ou microrregião. O que o Estado fez, ressaltou, foi “desobrigar” o uso em algumas circunstâncias: em lugares abertos nas regiões com risco baixo e, também em lugares fechados, em microrregiões de risco muito baixo, incluindo nas escolas. 

“Temos consciência tranquila que à medida que o Estado avance no controle da pandemia, as obrigações coletivas reduzem por força das normas das autoridades sanitárias e se incrementa a responsabilidade individual”, disse, referindo-se à liberdade de cada cidadão de fazer uso da máscara caso tenha qualquer suspeita de contaminação ou sintoma respiratório. 

“Gostaríamos que a máscara, que é um item leve, que não machuca, fossem tratadas como componentes da nossa cultura de autocuidado e cuidado coletivo, como ocorre em outros lugares do mundo”, pediu o presidente do Conass. 

Nas academias de ginástica, Reblin reforçou que a normativa da Sesa foi atualizada em nova nota técnica, com base no padrão estabelecido pela OMS, mas que essa desobrigação “não prescinde de uma responsabilidade das pessoas na vigilância ativa de sintomas respiratórios” e que “qualquer pessoa com sintoma respiratório deve utilizar a máscara, não só na academia, procurar testagem, se isolar e garantir que não seja foco de transmissão”, reforçou. “E quem se sentir mais seguro de máscara, pode continuar usando”, orientou. 

Festa da Penha

Sobre a Festa da Penha – a maior festa religiosa do Espírito Santo e a terceira maior do país – programada para acontecer de forma totalmente presencial entre os dias 17 e 25 de abril, Nésio Fernandes informou que deve respeitar o regramento vigente para as diferentes atividades previstas na programação. 

“Atividades religiosas possuem normatização específica desde o início da pandemia. Atividades de caminhada ao ar livre, cultos e celebrações não possuem restrições para realização. Shows ao ar livre, há previsão de dois na Festa da Penha, seguirão a mesma recomendação adotada pelo governo do Estado nas festas de fim de ano, podendo os municípios adotarem normas complementares, como vacinas e testes”, disse, ressaltando haver um “diálogo muito bom com as autoridades religiosas”.

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