O movimento saiu da Praça de Jucutuquara e seguiu até o Palácio Anchieta, sede do governo do Estado. Ao fim da caminhada, os participantes realizaram um ato público em frente ao Palácio.
Uma caravana do interior veio a Vitória engrossar o ato, que também foi apoiado pelas entidades que compõem o Fórum Capixaba em Defesa da Saúde Pública e por movimentos do campo, como o Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST).
O Fórum colocou na rua, mais uma vez, o bloco “Que Loucura” que entoa marchas e paródias em favor da luta antimanicomial. Na marcha, os membros reafirmaram a defesa da Reforma Psiquiátrica e do financiamento 100% público para a Rede de Atenção Psicossocial.
Os organizadores estimam que cerca de 5 mil pessoas participaram da marcha, que também denunciou a falta de responsabilidade do governo do Estado na administração do Sistema Único de Saúde (SUS). Durante todo o ato, os portões do Palácio Anchieta permaneceram trancados e um forte aparato policial foi deslocado para o local.
As entidades que representam trabalhadores da saúde e os movimentos sociais defendem que o SUS seja integralmente público, gratuito e sob administração direta do Estado e controle social de trabalhadores e usuários.
No entanto, o que se vê atualmente é o sucateamento do sistema e a entrega de unidades hospitalares para a iniciativa privada, tirando o controle do SUS do Estado e dificultando a fiscalização. Para as entidades, o SUS vem sofrendo golpes por parte de governantes e empresas da saúde privada, por isso a necessidade de união dos trabalhadores e usuários.
As unidades hospitalares do Estado que não estão sucateadas estão sendo aos poucos entregues às Organizações Sociais (OSs), que privatizam os espaços funcionam com o mínimo de fiscalização. No Estado, hospitais de grande porte, como o Jayme Santos Neves; o Hospital Estadual de Urgência e Emergência (HEUE), o antigo São Lucas; e o Hospital Central já estão sob gestão de OSs.
Outros hospitais, como o Hospital Infantil e Maternidade Dr. Alzir Bernardino Zarur (Himaba), localizado em Vila Velha, correm o risco de serem entregues para administração da iniciativa privada.
Na última reunião do Conselho Estadual de Saúde (CES), diretores do Sindsaúde expuseram a preocupação dos servidores com a possibilidade de privatização do Himaba. Durante o encontro, representantes do sindicato questionaram o presidente do colegiado, o secretário de Estado de Saúde, Ricardo de Oliveira sobre esta terceirização. Os representantes dos trabalhadores levaram para o auditório da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) uma faixa que dizia que o governo está entregando a saúde do Estado para a iniciativa privada.
O secretário respondeu que não haverá privatização e ainda não há projeto de terceirização do hospital. No entanto, disse que há interesse em terceirizar a unidade.