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ES deve ter platô mais longo e queda mais lenta da curva pandêmica, diz governador

Municípios com até 70 mil habitantes poderão definir horário de comércio. Limite é de 6h/dia, até 18h

Leonardo Sá

O Espírito Santo deve ter um platô mais longo e uma queda mais lenta da curva epidêmica, se comparada com outros estados, disse o governador Renato Casagrande (PSB) em pronunciamento nesta sexta-feira (3). “Fizemos um trabalho que permitiu achatar a curva, atender todo mundo nos hospitais. Nossa subida [da curva de contaminações] foi mais lenta porque adotamos medidas de não interação. Nosso platô também deve ser mais longo e nossa descida mais lenta”, declarou. 

“Nosso objetivo era achatar a curva. Onde não houve medida de redução da interação, a subida é muito rápida, você destrói o sistema de saúde as pessoas morrem sem ter atendimento no sistema de saúde, aquelas cenas dramáticas. Depois a descida é muito rápida, mas a tragédia visível, as imagens são muito ruins que mostram a desorganização e falta de planejamento”, expôs, em suas redes sociais. 


No pronunciamento, Casagrande revisou as primeiras medidas que caracterizaram a condução da crise no Espírito Santo, no contexto de um “plano de convivência com a pandemia”, com objetivo principal de “salvar vidas.”

Num primeiro momento, relatou, foi fechado todo o comércio, para “achatar a curva e dar tempo de chegar com as obras e contratos, e deu tempo de fazer isso, graças a Deus”. Em seguida, o Mapa de Risco e a Matriz de Risco, que orientaram a reabertura do comércio nos municípios de risco baixo e moderado em abril e, em seguida, a reabertura nos municípios de risco alto, que hoje funcionam de segunda a sexta de forma alternada e de segunda a sexta, todos os dias, nos municípios de risco moderado. Todos com horário de 10h às 16h.

“Buscamos fazer com que a atividade econômica sempre tivesse como respirar. Foi muito ruim ver estados que avançaram na liberação geral depois ter que voltar atrás no fechamento total. Nós não chegamos ao risco extremo aqui”, disse.

Na próxima semana, a Matriz de Risco terá novos critérios, que reflitam o comportamento atual da pandemia, medido no inquérito sorológico. “Vamos aperfeiçoar o trabalho de cada um de nós para reduzir os óbitos”.

Nessa atualização, das medidas, uma portaria a ser publicada neste sábado (4) irá permitir que os municípios com até 70 mil habitantes definam os horários de funcionamento de comércio de rua, desde que tenha o limite de seis horas por dia e até às 18h, e com exceção de bares e restaurantes.

A lógica da regra atual de horário enfocou o transporte coletivo, explicou, para fazer com os servidores e consumidores do comércio de rua não precisassem trafegar nos horários de rush, evitando aglomerações dentro dos terminais e coletivos.

O que não muda, enfatizou o governador, é a recomendação de uso de máscara em todos os estabelecimentos comerciais e públicos e espaços públicos, por ser uma “barreira para o vírus”, bem como o distanciamento social quando tiver que sair de casa.

“Todos os indicadores apontam para uma estabilidade da pandemia na região metropolitana. Não tem decréscimo ainda, é uma estabilidade. Mas no interior, ainda continua a pandemia crescendo. Por isso, na média, ainda temos uma pandemia crescente no Espírito Santo”.

“É preciso que continue o trabalho de distanciamento, isolamento, uso de máscara, porque o número de óbitos é muito grande. Hoje foram 31 óbitos. Mesmo reduzindo na região metropolitana, nas duas últimas semanas, é muito grande ainda”, pediu.

Casagrande repassou ainda os aspectos mais positivos da gestão da crise no território capixaba, como o alcance de “100% dos pontos com relação à transparência nas compras emergenciais, [o que] dá confiança a sociedade como estamos gerenciando o dinheiro dos capixabas. É um instrumento que os cidadãos têm para fiscalizar o governo”, comemorou.

Outro aspecto detalhado foi o de investimento na rede hospitalar. “Conquistamos uma posição diferente de outros estados e outros países mesmo da Europa como Itália, França, e Reino Unido, onde muitas pessoas perderam a vida por falta de atendimento. Nesse aspecto, estamos um passo à frente da pandemia. Não faltou leito pra ninguém que precisou”, destacou, citando a “expansão robusta” da rede hospitalar, com abertura de mais de 1,4 mil leitos para Covid-19, sendo mais de 600 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). “Oitenta a 90% ficarão como legado para a sociedade capixaba. A polêmica sobre hospital de campanha diminuiu”, afirmou.

“É muito melhor abrir um Aquidaban [hospital em Cachoeiro de Itapemirim, aberto essa semana com 60 leitos para Covid] do que um hospital de campanha”, exemplificou, mencionando também o aceite dado ao prefeito da Serra, Audifax Barcelos [Rede], para receber o hospital municipal materno-infantil. Administrado pelo Estado, o hospital irá receber a maternidade de alto risco do hospital Jayme Santos Neves, que terá então mais leitos para Covid-19. 

Voltando ao foco na redução dos óbitos, Casagrande disse que “se de um lado a gente está um passo à frente no atendimento nos hospitais, nós estamos sendo alcançados tragicamente pela Covid-19 pelo número de pessoas que já perderam a vida”.

“É uma tarefa dos governos disciplinar o funcionamento da atividade econômica, da interação social, mas é especialmente tarefa nossa individual, como capixabas. Se a gente conseguiu atender todos que precisaram de um leito de UTI e enfermaria e isso foi um sucesso, nós temos uma outra tarefa que é reduzir óbitos e não termos mais óbitos pela Covid. É reduzir interação, não ter aglomeração. É um trabalho cauteloso. Se quiser continuar com sistema de saúde organizado, tem que continuar com equilíbrio, paciência e tolerância”, rogou.

Painel Covid-19
O Painel Covid-19 desta sexta-feira (3) confirmou 1.447 casos e 31 óbitos pela doença, totalizando 51.689 e 1.758 respectivamente, até o momento, com taxa de letalidade está em 3,40%. 
O número de pessoas curadas chegou a 31.980, sendo 1.648 nas últimas 24 horas, período em que foram feitos 2.966 testes, sendo 116.341 no total.

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