Quinta, 25 Abril 2024

Espírito Santo é o único estado a manter alerta para ocupação de leitos de UTI

rovena-rosa-hospital_de_campanha_covid-19_complexo_esportivo_do_ibirapuera2904200182 Rovena Rosa/ABr

O Espírito Santo é o único estado na zona de alerta intermediário quanto à ocupação de leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) para Covid (67%), segundo análise divulgada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) na edição extraordinária do Boletim do Observatório Covid-19, publicada nesta quinta-feira (4).

No mapa nacional, são comparados os índices de ocupação de leitos de UTI Covid-19 para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS). O indicador se mantém em patamares inferiores a 50% na maior parte das Unidades da Federação, destaca a Fiocruz.

No Painel Covid do governo do Estado, o índice teve ligeira redução, com ocupação de 66,17% dos 334 leitos disponíveis exclusivamente para os pacientes acometidos pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) e, considerando os leitos potenciais, a taxa é de 20,13% dos 1.098 leitos alcançados com a ampliação da rede hospitalar em função da pandemia.

No boletim, a Fiocruz ressalta a necessidade de que a retomada de eventos neste final de ano seja feita com respeito aos protocolos de distanciamento físico, uso de máscara e higienização das mãos, e que, nos eventos com aglomeração, seja exigida a carteira de vacinação com esquema completo para as respectivas faixas etárias.

As recomendações estão alinhadas com o discurso que o governo do Estado vem adotando. Apesar de afirmar a real possibilidade de "retomada plena do entretenimento no final do ano", na medida em que as microrregiões capixabas alcançarem a classificação de risco muito baixo, os gestores da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) afirmam a necessidade dos cuidados de sempre.

O avanço da cobertura vacinal no país tem promovido benefícios inegáveis para a mitigação da pandemia. A melhor evidência para isso é a queda nas internações e óbitos, que ratificam o sucesso na prevenção de formas graves e fatais da Covid-19. No entanto, ela não pode ser tratada como a única medida necessária para interromper a transmissão do vírus entre a população.

O percentual de adultos completamente vacinados, reafirma a Fiocruz, não é suficiente para garantir a prevenção do aumento dos casos de contaminação. "Para os pesquisadores, é fundamental que se atinja o patamar de 80% de cobertura vacinal da população total. Com essa meta, além dos adultos, a campanha de imunização deve atingir também crianças e adolescentes", ressalta a publicação.

"Vale lembrar que a população de adolescentes, pelo tipo de comportamento social que tem, é um dos grupos com maior intensidade de circulação nas ruas e convive com outros grupos etários e sociais mais vulneráveis. Por isso, é equivocado pensar que, com a população somente adulta coberta adequadamente, a retomada irrestrita dos hábitos que aglomeram pessoas é possível", alertam os cientistas da Fiocruz.

"Países do Leste Europeu e os EUA, por exemplo, vêm apresentando surtos de Covid-19 em condições de baixa cobertura de vacinação, o que deve ser evitado no Brasil", contextualiza o boletim, ressaltando que, no Brasil, apesar do aumento paulatino da cobertura vacinal, só foi possível alcançar 55% da população total, ainda distante do ideal, havendo também uma quantidade expressiva de pessoas que precisam retornar para a segunda aplicação do imunizante.

Permanência domiciliar

Embora o registro de casos e de óbitos por Covid-19 se mantenha em trajetória descendente, a taxa de positividade dos testes de diagnóstico permanece alta, o que pode ser atribuído à exposição ao vírus e à presença de indivíduos fora de casa. O Índice de Permanência Domiciliar mostra, por exemplo, que há mais pessoas nas ruas do que antes da pandemia.

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