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Governador pede mais empatia, especialmente dos jovens em relação aos mais velhos

Jovens são 64% dos infectados e minoria dos internados. Mapa tem cinco cidades em risco moderado, três na Grande Vitória

“É muito importante que a gente tenha empatia, que se coloque no lugar do outro”. O apelo foi feito pelo governador Renato Casagrande (PSB) em pronunciamento transmitido na tarde desta sexta-feira (20) nas redes sociais do governo do Estado. 

Embasando o pedido, Casagrande mencionou dados sobre a pandemia referentes ao mês de outubro: enquanto 64% das pessoas confirmadas como infectadas pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) tinham idade média de 29,5 anos, mais de 60% das pessoas internadas em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI) tinham mais de 45 anos de idade.

“Os jovens são mais resistentes e muitas vezes por isso saem e interagem mais, mas muitas vezes acabam levando a doença pra dentro de casa, para as pessoas de mais idade”, observou, reforçando o pedido: “essa é uma doença que exige essa corresponsabilidade, essa fraternidade, esse comportamento muito responsável por cada um de nós, que pode ser definido como empatia”.


Sobre os dados atuais, Casagrande destacou que a ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) está, nesta sexta-feira, em 49,2%, com 350 leitos ocupados com pacientes Covid-19, o que acende um alerta. “Quando chega em 50%, mais municípios serão enquadrados e classificados em risco moderado e alguns talvez até em risco alto. Se houver a continuidade do aumento da ocupação dos leitos de UTI, vários municípios podem subir pra risco moderado e alguns até com risco alto”, advertiu.

No atual momento, o 32º Mapa de Risco, que tem validade entre a próxima segunda-feira (23) e o domingo (29), subiu de dois pra cinco o número de municípios em risco moderado, sendo três deles na região metropolitana: Vitória, Viana e Cariacica; e, na região noroeste, Ecoporanga e Barra de São Francisco. 

Nova fase da primeira onda

“Estamos numa nova fase. Ainda não é uma segunda onda, é a primeira, iniciada em março. Mas é uma nova fase dessa primeira onda”, expôs. Após o auge da pandemia, entre maio e julho, houve um período de desaceleração entre agosto e outubro, que deu lugar a um novo arrefecimento, explicou, enunciando alguns dados.

O número de casos ativos de 28 dias, por exemplo, subiu de 4 mil para os 5 mil atuais. O número de pessoas confirmadas com a doença por dia também subiu, estando hoje em torno de mil. A média móvel de óbitos de 14 dias, que desceu a oito ou nove, hoje passa de doze. O mesmo acontecendo com a ocupação de leitos de UTI, que baixou até a 45% e hoje se aproxima de 50%. Na gestão de pandemia nos próximos meses, disse, é possível que haja mudanças nas medidas qualificadas toda semana.

Medidas qualificadas

Para a próxima semana, as mudanças nas medidas qualificadas são voltadas, nos municípios de risco moderado, ao funcionamento dos bares e restaurantes e aos eventos corporativos, que só podem ter no máximo 300 pessoas, como nos eventos sociais. 
Já bares e restaurantes podem funcionar até às 22h de segunda a sábado e até às 16h aos domingos, desde que cumpram os protocolos de distanciamento físico e uso de máscara. “Bares e restaurantes são ambientes que não estão sendo controlados”, justificou o governador.

Os comércios, por sua vez, continuam com o funcionamento atual, pois são considerados ambientes controlados, em que o gerente consegue garantir o uso de máscaras e álcool em gel por todos os colaboradores e também dos clientes. 

As escolas, como definido em outubro, só podem ter aulas presenciais nos municípios de risco baixo. As escolas das cinco cidades que estão em risco moderado, portanto, devem obrigatoriamente manter apenas o ensino remoto, até que a classificação no mapa volte para o verde.

Nos municípios de risco baixo, continuam poucas as restrições, sendo somente as atividades que gerem aglomerações e os eventos sociais e corporativos permitidos mediante número máximo de pessoas, com uso de álcool em gel e máscara. 
“O que aconteceu nos últimos dias foi uma certa acomodação de muitos. Porque assistimos a pandemia chegar ao auge, assistimos o mapa ficar verde, nos cansamos de tantos protocolos e acabamos nos acomodando, o que levou à maior interação, aglomeração e um contágio maior que pode fazer uma pressão maior sobre o sistema de saúde”, explanou.

Essa maior pressão é um problema, enfatizou. No auge da pandemia as cirurgias eletivas estavam suspensas, as crianças e adolescentes não iam à escola e o trânsito ficou menos intenso [sem acidentes] e com isso, a rede hospitalar ficou quase que totalmente dedicada à Covid-19. “Agora, temos junto com a Covid todas as outras enfermidades”.

Mais fiscalização

As próximas semanas também exigirão um esforço maior de fiscalização, ressaltou Casagrande. Não só por parte do governo do Estado, mas dos municípios, que têm outra importante tarefa que é isolar os casos ativos.

“Viveremos boa parte de 2021 fazendo a gestão da pandemia. Não é possível mais pedir pras pessoas ficarem em casa, mas é possível pedir muita responsabilidade em seus deslocamentos”, rogou, lembrando da necessidade também de “um verão mais contido”, já que não terá vacina este ano e, no próximo, levará tempo até todos serem imunizados.

“Poderemos estabelecer novas restrições a cada semana de acordo com o nosso comportamento. Nossa preocupação tem sido salvar vidas. É uma tarefa minha e da minha equipe e de todos os capixabas”, pediu.

O Painel Covid-19 registra, até o momento, 4.101 mortos e 176.903 pessoas confirmadas com a doença no Espírito Santo.

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