Servidores do Hospital Bezerra de Farias protestam contra superlotação

Servidores do Hospital Antonio Bezerra de Farias, em Vila Velha, paralisam o atendimento por uma hora na tarde desta quarta-feira (2). Eles protestam contra a superlotação e a falta de médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem. Segundo o Sindsaúde, no último sábado (27) havia 56 pacientes nos corredores do hospital. Hoje (2) eram 33 (vídeo abaixo exibe a superlotação nos corredores do hospital)

 

Valdecir Gomes, da diretoria do Sindsaúde, afirma que o número de servidores diminui a cada dia e a demanda por atendimento só aumenta. O sindicalista explica que o governo do Estado não está repondo os servidores que se aposentam e os em designação temporária (DT) que tiveram os contratos vencidos. “No último mês, por exemplo, 20 técnicos de enfermagem foram desligados. Saíram também médicos e enfermeiros. Como não há reposição, o atendimento vai entrando em colapso”, adverte Gomes. 

 

Além da falta de profissionais, o sindicalista alerta sobre os problemas de infraestrutura do hospital. Ele disse que no setor de Estabilização, que geralmente acolhe pacientes em estado grave, há apenas dois respiradores mecânicos para seis pessoas. “Como não temos equipamentos disponíveis para todos, os médicos são obrigados a priorizar os casos mais graves”, afirma. 

Gomes acrescenta que a superlotação, a falta de servidores e equipamentos acabam comprometendo o trabalho dos profissionais. “Não posso afirmar categoricamente, mas fica a sensação que alguns óbitos poderiam ser evitados se as condições fossem dignas”. 

Representantes do Sindsaúde tem procurado a Secretaria de Estado de Saúde (Sesa) para tentar encontrar soluções para o problema, mas o diálogo tem sido difícil. “Ontem [1] mesmo estivemos na Sesa para tentar conversar com o subsecretário Herminio [José Herminio Ribeiro, subsecretário de Assuntos de Administração e de Financiamento da Atenção à Saúde], mas não fomos recebidos. Mandaram avisar que ele estava em reunião. Eles sempre falam isso quando não querem nos receber”, queixou-se Gomes.

Um comunicado do dia 28 último, assinado pela diretora técnica do hospital, Salete Maria da Silva, dá a dimensão do caos. Veja a abaixo a reprodução do documento.