
Um ano e meio após o crime, não houve prisões, nem informações sobre o andamento do inquérito. O crime foi cometido quando o professor retornava de Vitória a São Mateus, após uma reunião em Vitória. Na época, a comunidade acadêmica e os servidores e funcionários do hospital se mostraram consternados com a morte de Belinelo e cobraram empenho nas investigações.
O responsável pelo inquérito que apurou o assassinato, o delegado-chefe do Departamento do Polícia Judiciária (DPJ) de Linhares, Fabrício Lucindo Lima, declarou à rádio CBN Vitória, na época do fato, que as investigações preliminares indicavam que o assassino era conhecido da vítima. Ele também ressaltou que uma das teses investigadas pela Polícia Civil era a de crime de mando, já que o então diretor do hospital vinha investigando irregularidades na unidade.
Informações no município também dão conta que as irregularidades apuradas por Belinelo referiam-se aos contratos de fornecimento de medicamentos para o Hospital Roberto Silvares, que teriam sido suspensos pelo então diretor.
A comunidade acadêmica do Centro Universitário Norte do Espírito Santo (Ceunes), um dos campi da Ufes, se manifestou à época do assassinato por meio de um manifesto, repudiando a morte do professor. Eles cobraram os esclarecimentos da morte de Belinelo, bem como a punição dos responsáveis.
Na época, também foram feitos movimentos para que o caso fosse federalizado, já que uma parte dos docentes entendia que o professor, mesmo que cedido ao Estado, estava no exercício das suas atividades, por ter projetos de pesquisa e extensão. No entanto, o pedido de federalização não logrou êxito e os colegas de Belinelo ainda não têm nenhuma informação sobre o autor do crime.
Já a Procuradoria da Ufes, além de não ter recebido nenhum pedido de federalização do caso do campus de São Mateus, declarou que não cabe a ela se manifestar para que isso aconteça.
O deputado estadual Euclério Sampaio (PDT) fez pedido à Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) para que fornecesse cópia integral do inquérito que apura a morte de Belinelo. O requerimento de informação foi lido na sessão da Assembleia Legislativa do dia 5 de agosto, mas até esta terça-feira (8), mais de dois meses após o pedido, o inquérito não foi enviado.
Ele ressaltou que não se sabe o que aconteceu com a investigação e que os funcionários do hospital também cobraram dele que desse visibilidade ao caso, que permanece nebuloso.
A reportagem tentou contato direto com o delegado presidente do inquérito, Fabrício Lucindo, que solicitou que o contato fosse feito via assessoria de comunicação. O contato foi feito, no entanto, até o fechamento da matéria, não havia posicionamento da Polícia Civil sobre o inquérito.