Domingo, 19 Mai 2024

Estado que deveria apurar mortes é o mesmo que mata: cinco policiais vão parar atrás das grades

Os altos índices de violência registrados no Espírito Santo no ano passado contaram com o apoio de quem deveria apurar os crimes. É o que aponta as investigações da Corregedoria da Polícia Civil. Das 1.661 mortes registradas em 2012, uma delas é atribuída a cinco policiais – quatro deles da Delegacia de Crimes contra a Vida. Nessa segunda-feira (28), o delegado Josafá da Silva foi preso durante o expediente. Outros quatro investigadores teriam participação na morte, em agosto do ano passado.



De acordo com o corregedor-geral da PC, delegado Ailton Miguel Schaeffer, os cinco policiais e um comerciante teriam participação na morte de um homem no bairro Jardim América, em Cariacica. Eles estavam sendo investigados no inquérito policial e o pedido de prisão preventiva – sem prazo definido – foi deferido pela Justiça. Todos os policiais presos estão detidos na Delegacia de Vila Velha.



Mesmo sem dar maiores detalhes sobre as investigações, sob a alegação de sigilo, o delegado revelou que vai pedir a autorização da Justiça para a abertura de sindicância contra os envolvidos. Segundo Ailton Schaeffer, o delegado Josafá da Silva já sabia que estava sendo investigado, tanto que chegou a prestar declarações à Corregedoria no final do ano passado. Ele não teria esboçado qualquer reação à prisão ocorrida na sede da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos, onde atuava.



O corregedor-geral não revelou os nomes dos quatros investigadores detidos, porém, três deles atuavam na Delegacia de Crimes contra a Vida da Serra e um era da Delegacia de Crimes contra o Patrimônio. Todos eles devem receber a procedimentos administrativos, segundo Ailton Schaeffer.



A participação de policiais em crimes não é uma novidade. Somente no ano passado, pelo menos, quatro delegados foram presos por crimes desde extorsão e tortura até o recebimento de propina. Questionado sobre as sindicâncias abertas, o corregedor-geral da PC não soube relatar o andamento das investigações. No entanto, Schaeffer garantiu os delegados Márcio Braga, Luiz Neves, Tânia Brandão e Gilson Gomes estão afastados das funções.

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