Deputado federal, que participou de evento em Linhares, expôs o caso nas redes sociais

A Polícia Federal (PF) prendeu, na tarde dessa quinta-feira (11), um estudante de São Mateus, no norte do Estado, acusado de fazer uma ameaça de morte ao deputado federal Nikolas Ferreira (PL). Não foi divulgado o nome do suspeito, mas o próprio parlamentar de extrema direita o identificou como sendo Adalto Ghaiger, aluno do curso de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).
O estudante foi encaminhado à Delegacia da Polícia Federal em São Mateus e assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência. Depois foi liberado, com a condição de comparecer ao Poder Judiciário.
Conforme postagem do deputado, o estudante respondeu a uma postagem dele no X (antigo Twitter) dizendo: “Nikolas eu vou te matar a tiros”. Em outra mensagem, o estudante afirmou que iria sorrir durante o velório de Nikolas. O deputado chegou ao Estado nessa quinta, para um evento em Linhares, na região norte.
Segundo a Polícia Federal, “a postagem foi publicada na véspera de uma viagem programada do deputado ao Estado”, e “a prisão ocorreu após a vítima representar pela continuidade das investigações e pela persecução penal do crime de ameaça”.
Ainda de acordo com a PF, “o preso foi encaminhado à Delegacia da Polícia Federal em São Mateus/ES para a lavratura dos procedimentos de polícia judiciária. A PF também instaurou inquérito para apurar outros fatos relacionados ao investigado, bem como a eventual participação de terceiros no crime”.
Nikolas Ferreira comemorou a prisão do estudante postando uma foto que parece ser a de registro do suspeito no sistema prisional. “A esquerda forma assassinos, imorais e sem alma. Estudantes que querem matar ou concordam em matar seus opositores políticos. Já mobilizei todos os instrumentos jurídicos e de segurança contra eles. Se querem guerra, conseguiram”, reclamou mas redes sociais, pouco antes da notícia da prisão.
O caso rapidamente mobilizou as redes da extrema direita, em meio à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Supremo Tribunal Federal (STF) e à repercussão do assassinato de Charlie Kirk, uma liderança da extrema direita nos Estados Unidos. Bolsonaristas também aproveitaram o episódio para reiterar suas críticas às universidades federais, falando inclusive de uma suposta falta de atitude da Ufes sobre o episódio.
Em nota nas redes sociais, a Ufes declarou, sem citar qualquer caso específico, que “repudia qualquer tipo de manifestação que incite a violência, ao ódio ou à discriminação expressa por qualquer meio ou veículo, incluindo as plataformas digitais. A universidade acrescentou que “denuncias, para serem formalizadas, devem ser encaminhadas à Ouvidoria da universidade pelo endereço falar.cgu.gov.br, que adotará as providências legais cabíveis.