Atlas da Violência mostra que o Espírito Santo está em 12º no ranking nacional
O Atlas da Violência 2025, desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), mostra que, no Espírito Santo, das mulheres vítimas de homicídio em 2023, 75,75% eram negras. Ao todo, 99 mulheres foram assassinadas, sendo 75 negras e 21 não negras, portanto, em relação à cor da pele, não há identificação de três. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (12).
A pesquisa traz dados de 2013 a 2023 e mostra que, nessa década, os dados de 2023 são o segundo menor. O ano de 2019 foi o que o número de homicídios de mulheres foi menor no Espírito Santo, totalizando 97. O maior foi 2013, com 171.
O estudo também aponta que, no ranking de mulheres negras mortas em 2023, o Espírito Santo, junto com o Mato Grosso, está em 12º lugar. O Estado está abaixo da Bahia (411), Pernambuco (240), Ceará (218), Rio de Janeiro (205), Minas Gerais (202), Pará (171), São Paulo (170), Maranhão (111), Amazonas (107), Goiás (88) e Paraná (76).
Já os 99 homicídios de mulheres registrados em 2023 colocam o Espírito Santo em 15º lugar no ranking nacional, atrás somente da Bahia (463), São Paulo (389), Rio de Janeiro (334), Pernambuco (290), Minas Gerais (280), Ceará (248), Rio Grande do Norte (230), Rio Grande do Sul (224), Pará (192), Maranhão (139), Amazonas (122), Goiás (121), Santa Catarina (105) e Mato Grosso (103).
O Atlas da Violência também traz dados gerais. De 2013 a 2023, 47,4 mil mulheres foram assassinadas no Brasil. Em 2023, foram 3,9 mil, o que equivale a uma taxa de 3,5 por grupo de 10 mil habitantes do sexo feminino. Além disso, entre 2013 e 2023, a taxa geral de homicídio caiu 26,4%, enquanto a de homicídios femininos teve uma redução de 25,5%. De 2018 a 2023, a taxa geral diminuiu 24,0%, enquanto a taxa de homicídios de mulheres caiu 18,6%.
Os dados dos últimos cinco anos, segundo o Ipea, são preocupantes. “Entre 2022 e 2023, a taxa de homicídios femininos permaneceu inalterada, enquanto a taxa geral recuou 2,3%.Esse cenário sugere que, apesar da tendencia geral de quedanos homicídios, a violência letal contra as mulheres não tem acompanhado o mesmo ritmo de redução, apontandopara desafios persistentes em seu combate”, aponta o estudo.
Quanto às mulheres negras, em 2023 foram registradas 2,6 mil vítimas de homicídio, o que representa 68,2% do total de homicídios femininos, portanto, uma taxa de 4,3 mulheres negras mortas por homicídio por grupo de 100 mil habitantes. De 2013 a 2023, segundo o Atlas, 30,9 mil mulheres negras foram vítimas de homicídio, o que representa 67,1% do total das vítimas.
Mortes violentas
O Atlas também traz dados com foco na juventude. De acordo com o estudo, a morte violenta é a principal causa de óbito de jovens entre 15 e 29 anos no Brasil. Em 2023, 34% das mortes de jovens no país foram consequência de homicídios. Do total de 45,7 mil homicídios registrados nesse ano, 47,8% vitimaram pessoas dessa faixa etária, portanto, 21,8 mil.
No Espírito Santo, 588 jovens foram vítimas de homicídio em 2023, tratando-se do quarto menor número do período de 2013 a 2023. O maior foi em 2013, quando ocorreram 985 assassinatos. O menor, em 2021, com 567 mortes.
Dos 588 jovens mortos em 2023, a maioria, 558, eram homens. O Estado está em 14º lugar no ranking, atrás da Bahia (3,8 mil), Rio de Janeiro (2,1 mil), Pernambuco (1,8 mil), Ceará (1,5 mil), Pará (1,2 mil), Minas Gerais (1,1 mil), São Paulo (1 mil), Paraná (934), Maranhão (908), Amazonas (804), Rio Grande do Sul (801), Alagoas (684) e Goiás (669).
