Sábado, 27 Abril 2024

Mesmo com informações de paradeiro, Diego não foi recapturado

Mesmo com informações de paradeiro, Diego não foi recapturado

Depois de quase duas semanas de ocorrida a fuga, o detento Diego Ribeiro Nascimento ainda não foi recapturado, embora haja uma operação em curso para prendê-lo. O detento é acusado de ser um dos executores do sindicalista de Conceição da Barra (norte do Estado), Edson José dos Santos Barcellos. O prefeito do município, Jorge Donati (PSDB), foi denunciado pelo Ministério Público do Estado (MPES) como mandante do crime.

 
As informações sobre o caminho que o detento seguiu após fugir do Hospital São Camilo, em Aracruz (norte do Estado), onde deu entrada com quadro de infecção urinária, dão conta que Diego se refugiou em Conceição da Barra, mas ainda não foi recapturado naquele município. 
 
A fuga de Diego Ribeiro se revela um dos tantos casos que ocorrem em crimes relacionados a Donati. Embora exista a informação que o foragido esteja em Conceição da Barra, ele não foi recapturado. Em todos os crimes em que o prefeito é apontado pela Justiça como parte, ocorrem crimes paralelos envolvendo participantes que não são relacionados a ele, enfraquecendo a acusação.
 
Somente no assassinato de Edson, que foi morto em julho de 2010, pelo menos outros três crimes paralelos teriam acontecido que sequer foram relacionados ao caso, já que para todos eles apareceram supostos executores. O primeiro deles foi o assassinato de Diones dos Santos, conhecido como Porquinho, morto oito dias após a morte do sindicalista, em Linhares, norte do Estado. Porquinho é apontado como “piloto de fuga” do sequestro de Edson. 
 
O crime, investigado pelo delegado Fabrício Lucindo Lima, da Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) de Linhares, foi tipificado como briga de gangues por território no município e não como queima de arquivo, já que um traficante da região, Odielei Fialho da Silva, conhecido como Lei, assumiu a autoria e a investigação se encerrou na confissão.
 
O padrasto de Porquinho, Mateus Ribeiro dos Santos, conhecido como Mateusão, soube do envolvimento do enteado, já morto, no crime do crime do sindicalista. Ao saber da participação, prestou depoimento à Polícia Civil no dia 4 de novembro de 2011 atestando o envolvimento de Porquinho no crime. 
 
Já em 12 de março de 2012, Mateus compareceu ao Tribunal de Justiça do Estado (TJES) para denunciar que estava ameaçado de morte por Jorge Donati. A declaração foi feita na presença do juiz Paulino José Lourenço, assessor especial da Presidência do Tribunal, e do procurador de Justiça Sócrates de Souza. No dia 5 de abril deste ano Mateusão foi executado em uma mercearia em Linhares. 
 
Após a morte de Mateusão, o prefeito de Conceição da Barra chegou ser preso e ficou recolhido no Quartel do Comando Geral (QCG) em Maruípe, Vitória. No entanto, o acusado de ser o executor de Mateus, Vitor Silva Ferreira, o Vitinho, preso em 18 de maio, disse que matou por vingança, isentando o prefeito de participação. Neste caso, mais uma vez, um acusado contou uma história inverossímil para basear sua tese e a investigação – também presidida pelo delegado Fabrício Lucindo – foi encerrada na confissão. 
 
Mais recentemente assassinaram um ex-policial motorista de táxi de Conceição da Barra, Walter Coutinho Cozer, encontrado em 14 de fevereiro deste ano. O corpo carbonizado do taxista foi encontrado no porta-malas do carro que dirigia. À semelhança dos demais crimes que implicam Donati, o autor foi rapidamente encontrado.
 
Huagno Rodrigues foi preso em 24 de fevereiro afirmando que havia matado e incendiado o corpo do taxista para roubar um talão de cheques. Este caso foi investigado pelo delegado Janderson Lube, que também concluiu o inquérito na confissão do acusado. 
 
No caso de Diego, que fugiu há duas semanas, não há informações sobre o inquérito que apura a evasão. Informações dão conta que o agente que fazia a escolta do detento deu quatro versões diferentes para a fuga e que Diego sequer estava algemado no hospital. 
 
Participação 
 
O foragido Diego Ribeiro Nascimento, acusado de ser um dos executores, em depoimento à Polícia Civil, confessou que foi contratado por intermédio de Oséias Oliveira da Costa para matar o sindicalista, pela quantia de R$ 7 mil, “a mando de um peixe grande que chamava Jorge Donati”. O outro investigado pela autoria do crime é Rodolpho Nascimento do Amaral Ferreira.
 
Após matarem o sindicalista, os dois pistoleiros teriam seguido para o município de Aracruz para se livrar do carro da vítima. O corpo foi “desovado” em local ermo e eles atearam fogo no Santana do sindicalista, para dificultar as investigações da polícia.
 
As duas armas utilizadas no crime, segundo a denúncia do MPES, foram fornecidas por Janes Antônio de Almeida e Rondinelli Ribeiro do Nascimento Amaral.
 
Donati fora preso preventivamente no final do ano passado e em janeiro deste ano acusado de envolvimento no crime. A segunda prisão de Donati foi motivada pela morte de uma das testemunhas do crime do sindicalista, Mateus Ribeiro dos Santos, o Mateusão, que foi executado em Linhares, após denunciar que o prefeito de Conceição da Barra estava envolvido com o crime.

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