Sindicato afirma que as 600 vagas para policiais penais não diminuem sobrecarga de trabalho

A gestão do governador Renato Casagrande (PSB) anunciou a abertura de 600 vagas em concurso público para contratação de policiais penais. O edital foi publicado nesta sexta-feira (26) no Diário Oficial. Contudo, apesar de apontar a importância da realização do certame, o Sindicato dos Policiais Penais do Espírito Santo (Sinpp/ES) afirma que a quantidade de vagas abertas é pequena diante da demanda de trabalho.
As inscrições serão entre os dias 7 e 27 de outubro. Nas redes sociais, o governador afirmou ser “a maior recomposição de efetivo da Polícia Penal da história do Espírito Santo”. O presidente do sindicato, Denys Mascarenhas, informa, porém, que existem hoje no sistema penitenciário capixaba cerca de 24 mil detentos. O quadro de policiais penais efetivos é de uma média de 2,3 mil. Em designação temporária (DTs), são 1,5 mil. Portanto, ao todo são 3,9 mil, sendo que, segundo o dirigente sindical, deveria ser de cerca de 5 mil.
Ele destaca que com a nomeação dos aprovados no concurso, a tendência é o encerramento dos contratos dos DTs, embora isso não seja feito de imediato, pois o curso de formação dura dois anos. Mesmo com a abertura do concurso, acrescenta, a sobrecarga de trabalho vai continuar, o que facilita fugas e princípios de rebelião.
A sobrecarga, destaca Denys, vem das várias atividades que a Polícia Penal passou a exercer, como captura de presos, escolta policial, apoio a operações nas comunidades e interferência em casos de rebelião por meio da Diretoria Operacional Tática, que substituiu o Batalhão de Choque.
“Foi nos passado o ônus, mas não o bônus. A gente é bem treinado, dá retorno para o Estado, mas o Estado não nos dá retorno financeiro”, cobra o presidente do Sinpp, referindo-se ao fato de o salário do policial penal no Espírito Santo ser um dos mais baixos do País.