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Servidores protestam na Reta da Penha contra ‘a morte da Perícia no Estado’

Se governo não se pronunciar até segunda sobre demandas, peritos ameaçam entregar cargos de chefias

Quem passou pela Avenida Reta da Penha, em Vitória, na manhã desta quarta-feira (9), se deparou com um caixão incendiado em meio a uma manifestação. Tratou-se de um ato dos peritos, após a realização de uma assembleia em frente ao Departamento Médico Legal (DML), em Santa Luíza. “É um protesto contra a morte da Perícia no Espírito Santo”, disparou o presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais do Espírito Santo (Sindiperitos), Tadeu Nicoletti. Os servidores também ameaçam entregar os cargos de chefia.

Divulgação

A realização da assembleia foi deliberada após o anúncio de reajuste de 6% para todos os servidores públicos estaduais, mais 4% para o pessoal da área de segurança pública, totalizando 10%, conforme informado pelo governador Renato Casagrande (PSB) em 31 de janeiro.

Na ocasião, Tadeu afirmou que os trabalhadores receberam com surpresa o anúncio, uma vez que as negociações para que o salário dos peritos chegasse, pelo menos, mais próximo da média nacional, estavam sendo feitas junto à Secretaria da Casa Civil (SCV) e à Secretaria de Estado de Gestão e Recursos Humanos (Seger). “Nem resposta tivemos das nossas negociações, todo mundo se sentiu feito de ‘moleque”, criticou.

Durante a assembleia, os peritos decidiram que darão início, de imediato, à Operação Prova Legal, ou seja, realizarão seus trabalhos “de forma pormenorizada, cumprindo todos protocolos técnicos”. De acordo com Tadeu, muitas vezes os peritos deixam de realizar algumas ações, como exames, para dar mais agilidade ao trabalho diante da falta de profissionais, o que, conforme decidido em assembleia, não será mais colocado em prática.
A concretização das demais deliberações depende se, até a próxima segunda-feira (14), a gestão estadual irá dar uma resposta aos trabalhadores sobre suas demandas, que não se resumem à questão salarial, pois englobam também a autonomia da Perícia Oficial de Natureza Criminal.
Se o governador Renato Casagrande não se pronunciar até lá, os peritos sinalizam pedir exoneração de todas chefias, inclusive da Superintendência, sem que nenhum outro servidor assuma os postos, conforme decidido na assembleia.

Além disso, a categoria dará início a uma série de manifestações de rua. A primeira será na terça-feira (15), em frente ao Palácio da Fonte Grande, no Centro de Vitória. Eles também realizarão manifestações nas inaugurações do Sistema de Informatização da Identificação Civil Criminal e do Sistema de Comparação Balística. Ao todo, relata Tadeu, são 10 inaugurações, mas sem data anunciada. A estimativa é de que a primeira seja ainda em fevereiro.

Na última sexta-feira (4), o Grupo de Trabalho (GT) para proposta de autonomia concluiu suas atividades. Agora, o próximo passo é apresentar as ideias de Proposta de Emenda Constitucional (PEC) e de Lei Complementar para o secretário estadual de Segurança Pública, Alexandre Ramalho. A previsão é de que isso seja feito ainda nesta semana.

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