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PF investiga grupo neozanista que pode ter inspirado ataque a escolas em Aracruz

Crime cometido por adolescente ocorreu em novembro de 2022 e deixou quatro pessoas mortas e de 13 feridas

O adolescente de 16 anos autor do ataque a duas escolas em Aracruz, norte do Estado, em novembro de 2022, seria integrante de um grupo neonazista reunido em um aplicativo de mensagens, alvo de uma operação de busca e apreensão nesta sexta-feira (2), autorizada pela 1ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Linhares. O ataque deixou quatro pessoas mortas e 13 feridas.

A ação foi desenvolvida nos estados de São Paulo e Pernambuco e, segundo a Polícia Federal, que teve acesso às investigações da Polícia Civil com autorização da Justiça, o menor era membro de um grupo de bate-papo e de um canal em aplicativo de mensagens, cujos membros compartilhavam material de Extremismo Violento Ideologicamente Motivado (EVIM).

O material incluía informações sobre assassinato, vídeos de mortes violentas, fabricação de dispositivos explosivos, promoção de ódio contra minorias e ideais neonazistas, exposição que pode ter influenciado o menor a cometer os assassinatos em massa. Os arquivos revelaram conteúdo extremista encontrados no celular do adolescente, que foram baixados do canal do aplicativo em que ele participava.

O uso da cruz suástica, símbolo nazista, na roupa do menor durante o ataque, indica a influência da ideologia recebida pelo grupo do aplicativo, reforçando a tese de que o atentado foi motivado pela intolerância racial, étnica e religiosa, com o objetivo de causar terror social, o que configura o crime de terrorismo, segundo a polícia.

O ataque ocorreu primeiro na escola estadual Primo Bitti, onde o atirador havia estudado até junho de ano passado. Em seguida, ele foi para o Centro Educacional Praia de Coqueiral (CEPC), da rede privada de ensino, e efetuou mais disparos. As vítimas fatais foram as professoras Maria da Penha Banhos, Cybelle Bezerra e Flavia Amoss, e a estudante Selena Zagrillo, de 12 anos. 

Desde o início, as investigações apontaram para ligações com grupos neonazistas e incluiu o pai do atirador, tenente da Polícia Militar, a fim de descobrir eventuais influências ideológicas.

O militar havia publicado no Instagran a capa do livro Minha Luta, do ditador nazista Adolph Hitler, no qual ele expõe suas ideias extremistas, base da ideologia que provocou a Segunda Guerra Mundial. Com a repercussão negativa, por ser o livro proibido em vários locais, a postagem foi apagada.

O menor está internado em uma unidade socioeducativa, onde ficará por três anos, sendo avaliado a cada semestre, a partir de análises do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases).

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