Domingo, 19 Mai 2024

Plano de segurança de Casagrande não contempla ações em longo prazo

Plano de segurança de Casagrande não contempla ações em longo prazo

Nessa terça-feira (18) o governador Renato Casagrande reuniu os prefeitos eleitos de Vitória, Luciano Rezende (PPS); Vila Velha, Rodney Miranda (DEM), e de Cariacica, Juninho (PPS), para apresentar um plano de segurança pública que consiste basicamente no repasse de verba aos municípios para câmeras de videomonitoramento e investimento nas guardas municipais. 

 
Após o encontro o governador conversou com a imprensa, fazendo um balanço da gestão em 2012, e voltou a abordar a questão da segurança pública e dos investimentos. De acordo com o jornal A Gazeta, Casagrande declarou que a segurança é o principal desafio do Brasil, generalizando um problema crônico do Estado, que tem uma década de vice-liderança no número de homicídios, de acordo com o Mapa da Violência. 
 
O Estado passou por, pelo menos, oito anos de falta de investimentos em segurança pública – durante o período do governo Paulo Hartung (PMDB), com sucateamento de corporações e defasagem no quadro de servidores. O governador ressaltou que nos dois anos de gestão foram contratados 1,6 mil policiais e investidos R$ 140 milhões em equipamentos e obras.
 
No entanto, o investimento feito em dois anos não cobre a defasagem que o Estado tem em mecanismos de segurança pública. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o Estado tinha 7.917 policiais militares em 2011– que são os responsáveis pelo policiamento ostensivo –, sendo que o ideal seria cerca de 14 mil, de acordo com parâmetros da Organização das Nações Unidas (ONU).
 
Levando em conta que nem todos os 7.917 atuavam em policiamento ostensivo em 2011 e que a distribuição deles pelo Estado não segue a necessidade de cada município, a proporção população-policiais pode ser ainda mais desigual.
 
Além disso, a formação de policiais militares leva ao menos um ano até que ele esteja apto ao serviço nas ruas. A formação de policiais civis também requer tempo, além de investimentos em aparelhagem.
 
Ao vislumbrar a violência como principal desafio para o projeto de reeleição em 2014, o governador voltou a tratar o assunto de maneira mais próxima. Mais do que registrar altas taxas de homicídios, o Estado tem alta sensação de insegurança, pelo alto número de furtos, roubos e latrocínios (roubo seguido de morte), que atingem a população de maneira mais direta. 
 
Isso pode pesar politicamente para Casagrande, se lembrarmos que o então candidato a governador prometeu, durante a campanha de 2010, que cuidaria pessoalmente do problema, transmitindo ao eleitor que as páginas de violência que escreveram a história do Estado, até então, fariam parte do passado. 
 
O que se vê da atual gestão é que os números de homicídios não apresentam queda real. Para que seja consolidada, esta queda precisa ser consolidada mês a mês. O que vem acontecendo no Estado são picos de aumento de mortes violentas seguidos por períodos de supostas calmarias. Os próprios números da Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) mostram que a redução no acumulado de 2012 é de apenas 2,6% em relação a 2011.
 
Prefeitos
 
As reivindicações dos prefeitos que estiveram no encontro com Renato Casagrande passam pela ampliação de efetivo nas guardas municipais e nas ações de videomonitoramento. No entanto, essas ações se mostram paliativas, caso não haja um planejamento em segurança pública com abordagem multidisciplinar e continuidade. 
 
As ações de atuação em segurança pública devem partir da prevenção e envolver secretarias além das pastas de Defesa Social e engloba medidas tomadas em outras secretarias, como Ação Social, Transportes, Obras e Planejamento.  

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