Apresentada em reunião ordinária da Comissão realizada nessa segunda-feira (14), como uma demanda dos policiais, a proposta, na verdade, contraria inteiramente a pauta de reivindicações estabelecida na última assembleia da categoria, realizada no último dia três de fevereiro.
“A entidade reforça que o seu compromisso é com a valorização salarial e profissional dos praças, bem como a recomposição de suas perdas salariais”, esclareceu, em nota, a Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Estado do Espírito Santo (ACS-ES).
Durante a votação, o presidente da Comissão de Segurança, deputado Gilsinho Lopes (PR), disse que “os comandantes da PM e dos Bombeiros e o secretário de Segurança [coronel Nylton Rodrigues] também estão de acordo com esse requerimento para otimizar mais recurso para a parte ostensiva e preventiva, como a investigação”.
O presidente da ACS-ES, sargento Renato Martins Conceição, no entanto, afirma que a aprovação da proposta revoltou a categoria. “Ao invés de ter aumento salarial, querem aumentar mais ainda o nosso trabalho, reduzindo o horário de folga e trazendo muitas consequências para a saúde do policial”, alertou.
A ACS-ES e outras associações legitimamente representantes das demandas dos praças deixam claro que não demandaram a proposta votada na Assembleia e pretendem reverter o processo de apreciação pelo Executivo. “Há policiais dizendo que se esse projeto for aprovado, não vão mais fazer nenhuma hora extra. Preferem ter mais contato com a família e mais tempo de lazer, para cuidar da saúde”, aponta o sargento Renato.
A manobra, complementa, é mais uma demonstração clara de que o efetivo capixaba é deficitário. “O déficit é de 1700 policiais”, reafirma.