Domingo, 19 Mai 2024

Proporcionalmente, fim de semana no ES foi mais violento do que em SP

Proporcionalmente, fim de semana no ES foi mais violento do que em SP

  Assessoria PMES

A violência na região da Grande São Paulo, que está sob ataque do crime organizado, é proporcionalmente menor do que a violência cotidiana no Espírito Santo, que não vivencia, segundo a polícia, qualquer fenômeno que justifique índices tão elevados de violência.



O fim de semana, entre a sexta-feira (16) e o domingo (18), foi marcado pela violência no Estado. Foram registrados 19 homicídios no Espírito Santo, 10 só na Grande Vitória. No mesmo período foram registrados 21 homicídios na Grande São Paulo.



Para ter ideia de como a proporção de mortes no Espírito Santo é muito superior à de São Paulo basta tomar a população como comparativo. A Grande São Paulo tem mais de 19 milhões de habitantes, enquanto o Espírito Santo tem 3,5 milhões. Isso quer dizer que as chances de ser assassinado no Espírito Santo são 11 maiores do que em São Paulo.



O que ocorre aqui é uma violência epidêmica, que sem qualquer fenômeno atípico provoca tantas mortes quanto em uma região que vive um período de violência anormal. Além disso, os altos índices de homicídios mostram que não existe tendência de queda nos números. Já em São Paulo, a violência pode ser tratada como um fenômeno isolado.



O Estado registrou até esta segunda-feira (19) 1.461 homicídios. Se for feita a projeção para o ano de 2012, o Espírito Santo pode chegar a registrar 1.645 mortes violentas ao fim do ano. Este número de homicídios leva a taxa aproximada do Estado para 46,8 homicídios por grupo de 100 mil habitantes. O ano de 2011 fechou com taxa de 48,5 homicídios por 100 mil, o que mostra que a redução de mortes no Estado ainda é irrisória. 



Ataque a ônibus



No município de Cariacica um ônibus foi incendiado na noite de domingo (18). Segundo informações preliminares, dois homens teriam rendido o motorista e o cobrador do ônibus, retirando-os do coletivo e incendiando o veículo em seguida.



O delegado da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (Deten), Diogo de Freitas, responsável pela investigação, em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, disse que este é um fato isolado. A queima do ônibus seria uma retaliação pela morte de um traficante do município.



No entanto, sem que a investigação corra não é possível afirmar que este seja um fato isolado. As altas taxas de mortes violentas, o controle dos morros e a presença de membros de facções criminosos de outros estados mostram que as redes criminosas estão infiltradas no Espírito Santo.



Acusados de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC) – organização criminosa paulista que está sendo responsabilizada pelos ataques em São Paulo – foram presos em Guarapari em 8 de novembro acusados de chefiarem o tráfico de drogas na região.



Ainda neste ano, no município de Piúma, no sul do Estado, um homem apontado como braço-direito do traficante carioca Nem foi preso em 4 de agosto.



É importante frisar que o governo do Estado sempre negou a presença de representantes destas organizações estariam migrando para o Estado, desde que o vizinho Rio de Janeiro passou a intensificar as ações de combate ao crime com a criação Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs).



No Estado, embora as autoridades não admitam semelhança com a situação carioca, a polícia só tem conseguido controlar a violência com a ocupação dos morros. No entanto, as ocupações pontuais, sem trabalho multidisciplinar e estratégia de médio e longo prazos acabam por ter caráter paliativo, e a violência, ora reprimida, volta a incidir na região alvo de operações policiais.

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